Monday, July 31, 2006

Uma vez, Flamengo

Brilhou a estrela da Gávea e o Brasil tem seu novo campeão de Copa.
Há os que discordam da real qualidade dos times vencedores da Copa do Brasil, dado que seria uma competição "menor", permitindo um caminho teoricamente mais fácil para se chegar à disputa da Copa Libertadores, ou que seria esvaziada devido à ausência de times já envolvidos em outros torneios. Permitam-me contrariar esta tese.
Primeiro, nós, tão fanaticamente envolvidos com a chamada competição de "tiro curto", uma vez que a Copa do mundo é nosso fascínio maior, brasileiro, precisamos compreender que o campeão desse tipo de certame é o que não falha - ou melhor, que acerta nos momentos capitais. A bota italiana nos premite aceitar isso melhor, por exemplo. A Copa do Brasil não é menor; pelo contrário, seu sistema não permite erro. O campeão merece os louvores sim, mesmo que seu team não corresponda às melhores expectativas.
O chamado sistema de "mata-mata" permite jogos fáceis? Se os ventos do emparelhamento forem bons, talvez. Contudo, exige-se respeito: não foi à toa que Criciúma, Juventude e Paulista, todos excluídos do panteão das grandes equipes nacionais, já conquistaram o ouro.
Além do mais, qualquer final de campeonato que seja disputada entre dois times de grande história é sinal de disputa difícil, árdua a princípio. Em se tratando de dois rivais seculares como Flamengo e Vasco, pior ainda.
O Flamengo pode não ter o time que toda a massa rubro-negra deseja, certamente. Porém, conquistou o título de forma inconteste: ultrapassou as etapas como manda o figurino da competição e, na fase final, dominou os dois jogos.
Por mais que Renato, o treinador cruzmaltino, tivesse tentado imbuir o Vasco do chamado espírito de luta, os primeiros minutos já denunciaram um time nervosíssimo, perdido, incapaz de trocar três passes e sendo desarmado facilmente pela defesa flamenguista, de forma limpa e sem faltas. A pressão criada pelos dois gols da partida anterior assustou o Vasco.
O penúltimo golpe foi dado com a expulsão justíssima de Valdir O Papel. Suas duas entradas desnecessárias, até grotescas, justificaram os cartões. Com vinte minutos de partida, visivelmente nervoso, jogando mal, precisando tirar uma diferença de dois gols e com um jogador a menos, a tarefa do Vasco faria qualquer um dos doze trabalhos de Hércules parecer piada. Renato irritou-se com o atacante, chegando a empurrá-lo para longe de repórteres e, se não fez a coisa correta (o que bem sabemos), compreende-se: ele, Renato, percebeu que tudo poderia estar perdido a partir de então. E estava certo.
A seguir Ney Franco fez excelente mexida, tirando Toró, que seria um candidato à expulsão, dado que também já havia levado o cartão. Obina entrou e o Flamengo controlou o jogo de vez.
O golpe final veio no terço da partida. O gol de Juan, jogador limitadíssimo mas ocasional bom finalizador, acabou com as esperanças do Vasco, menos pela quase impossibilidade e mais pelo conjunto de revezes criados antes e durante a partida. Dali em diante, a moçada da Gávea administrou a partida sem maiores problemas - as escassas finalizações do Vasco foram sempre distante do gol ou de certos perigos.
A festa é merecida, ainda mais no caso de um club que chegou a várias finais dessa competição em tempos recentes, sem sucesso.
Classificado para a mais importante competição sul-americana, agora cabe ao Flamengo o despertar para o campeonato brasileiro, onde se encontra em posição delicada, e a preparação de um team que faça justiça às cores vermelha e preta perante toda América.
O velho estádio da Gávea tremula em verde e amarelo.
O ponto negativo ocorreu, como em muitas vezes, fora das quatro linhas: meia-dúzia de bobocas malversaram o nome de milhões de rubro-negros em mais uma confusão estapafúrdia entre torcidas que, estanhamente, insistem em ser chamadas de "organizadas".
Todavia, a massa flamenguista, alheia às balbúrdias, merece todos os parabéns pela conquista da louvada Copa.

Friday, July 21, 2006

A eterna homenagem ao Tricolor

Publicado em 21/07/2002, pelo não menos gigante Marcos Caetano


Para ser um gigante

No instante em que escrevo estas palavras, o Fluminense Football Club está completando o seu primeiro centenário. Não são cem anos de regatas, críquete, tênis ou carteado - mas de futebol. O Fluminense é o mais antigo clube de futebol do Rio de Janeiro, um dos mais antigos do Brasil e, indiscutivelmente, o que mais contribuiu para o desenvolvimento do esporte que hoje nos identifica como nação. Ao contrário dos demais grandes clubes cariocas, o Tricolor das Laranjeiras tem o futebol em sua certidão de nascimento e na heráldica de seu escudo.

O Fluminense é daqueles clubes sem os quais as cinco estrelas que a camisa do Brasil exibe hoje talvez nunca tivessem sido bordadas. Não apenas porque cedeu muitos jogadores para a Seleção, mas principalmente porque estabeleceu os paradigmas da administração esportiva no país. Já em 1904, por exemplo, o clube fundado por Oscar Cox inspirou e apoiou a formação das equipes de futebol de Botafogo, Bangu e América, clubes com os quais disputou o primeiro campeonato carioca em 1906. Disputou e venceu.

"O Fluminense nasceu com a vocação da eternidade. Tudo pode passar, mas o Tricolor não passará jamais". O autor desta frase também é eterno. Chama-se Nelson Rodrigues - o maior cronista e dramaturgo brasileiro de todos os tempos. Na avaliação de Nelsinho, seu primogênito, o bardo da Aldeia Campista é o maior troféu da história do Fluminense - e o único que jamais será erguido por outros clubes. É um orgulho saber que o maior tricolor da história não freqüentou gramados nem gabinetes acarpetados, mas construiu sua mística do lado de cá da máquina de escrever. Mas não quero centrar minha escolha da grande glória do clube num indivíduo.

Em meu coração há um recanto especial para um jogo contra o Náutico, pela terceira divisão do Campeonato Brasileiro. Num Maracanã com arquibancadas interditadas para obras, uma inacreditável multidão de torcedores lotou a geral, quarta-feira à noite, para, sob chuva torrencial, empurrar o time durante a quadra mais difícil de sua existência. Naquele dia eu tive a mais absoluta certeza que o Tricolor jamais desapareceria, nem com três rebaixamentos seguidos, nem com mil anos de crises e gestões desastrosas. Ali eu entendi que não há abismo suficientemente grande para tragar um clube como o Fluminense.

Mas se eu tivesse que escolher apenas um momento para simbolizar a grandeza do clube da rua Álvaro Chaves, eu voltaria no tempo, até 7 de julho de 1912, data em que foi disputado o primeiro Fla x Flu. Com um time formado pelos tricolores campeões invictos de 1911, que deixaram o clube após uma desavença, o Flamengo era a nova sensação do futebol carioca. Do outro lado, o Fluminense encarava a maior ameaça de sua história. Se perdesse - o que seria natural - o futebol no clube correria grande risco de encerrar as atividades. Mas a heróica e renovada equipe tricolor venceu o Fla x Flu - que permanecerá para sempre como o mais importante da história - e salvou o time do desaparecimento.

Para ser um gigante, não fazem falta títulos mirabolantes, equipes inesquecíveis ou milhões de fanáticos torcedores. O Fluminense tem tudo isso, como de resto quase todos os grandes clubes mundo afora. Não é isso que torna o Tricolor diferente dos demais. Para ser um gigante é preciso mostrar valor diante do inimigo invencível e face ao mais profundo dos abismos. Por duas vezes, ao longo de seu primeiro centenário, o Fluminense esteve à beira da aniquilação - e sobreviveu. Foi com tal fidalguia que o clube das três cores que traduzem tradição se tornou uma lenda. Um clube que, quando menor pareceu, aí mesmo foi que provou ser um gigante.

Vice de novo!?

Amigos, existem derrotas fragorosas, eternas, tristes e silenciosas como a bola de Ghiggia batendo no fundo da rede de Barbosa.

Existem, porém, aquelas efêmeras, enganadoras, aquelas que provocam o torpor da auto-suficiência, a certeza de que se chegou ao Olimpo antes do tempo. Quantas vezes já vimos os rojões das comemorações antecipadas virarem os traques da derrota? E da derrota mais amarga, porque inesperada.

Era 1983. Meus 12 anos de idade. Um Fla-Flu na casa de uma tia horrorosamente flamenguista. Rádio de pilha. Tensão. Zero a zero. Chegaram os 44 do segundo tempo. “Vem, Zé, vem ver meu Mengo ser campeão!”. Ela não poderia imaginar o que vinha ali. Tradição. A TV liberava a transmissão aberta dos últimos minutinhos do jogo. Invariavelmente, havia umas listras horizontais que corriam pela tela da TV. Nunca entendi o porquê. Chego resignado à frente da TV. Um tricolor desmunhecado bate uma falta para afrente, por cima, ponta direita, terreno que conheceríamos tempos depois como “Avenida Júnior”. A bola aterrissa nos pés do Assis. Ele entra, entra, ninguém chega... Aí, na cara de um Raul estupefato, dá um peteleco, do lado de seu pé direito. Gol.

Confesso que fiquei uns dois segundos pasmo olhando para a tela. Sonho? Parecia sonho. Não era! GOL! Porra! Gol!!

A história está repleta de campeões antecipados, campeões de véspera, campeões morais – termo ridículo, aliás, cunhado por certo técnico flamenguista - cujo sonho se transformou em pesadelo em 90 minutos. Às vezes em 45. Às vezes em cinco. Três. Um minutinho.

A gasolina do Nigel Mansell acabou. O Assis fez o gol no final. O Brasil empatou, mas o Paulo Rossi fez outro. E faria outro ainda se empatássemos de novo. O Flamengo comemorava o título de campeão carioca de 81 numa noite chuvosa quando o Dinamite marcou, obrigando a aparição do ladrilheiro para resolver um problema que o super time não conseguia resolver sozinho. Ganhar do Vasco do Ticão...

Flamenguistas, parabéns pelo seu título antecipado, conquistado ontem. Foi muito merecido. Não entendi, aliás, por que não entregaram a taça. Por que não houve volta olímpica. Uma vitória tão fragorosa, por tal diferença irrecuperável de gols. Com uma exibição primorosa de todos os setores de seu time, esmagando e humilhando o adversário que, com certeza, já desistiu de tentar. Vocês são melhores! Os dignos campeões que cumprirão a feliz tarefa de apenas humilhar ainda mais os adversários no jogo de entrega das faixas, semana que vem, no Maracanã. Aliás, faixas costumam ser entregues antes das partidas. Portanto, coloquem a faixa de pano no peito. Porque a outra, a do título, vocês já ganharam. Como colocaram a da mesma Copa do Brasil de 2004, cuja final pró-forma vocês haviam ganho por antecipação do Santo André.

Vascaínos, acreditem. Nossos adversários já ganharam o título. Já estamos derrotados. Muito mais derrotados do que no intervalo daquele jogo no Parque Antártica, em 2000. Não há esperança. Conseguimos fazer quatro gols em 45 minutos, na casa do adversário, na final do campeonato, com um homem a menos. Mas essa, essa a gente perdeu. É impossível. Estaremos diante de um esquadrão poderoso, imbatível, dono de um futebol soberbo (isso é verdade!) e cuja vitória já está escrita na nossa sina de perder. Não teremos chance. Pensem bem: como poderá nosso timinho de 11 homens vencer os 11 super-homens de lá, vestindo o manto, empurrados pela nação e ainda fazer dois gols em 90 minutos? Somos uns sonhadores. Acho que devemos desistir. Inscrever na rampa da Uerj “Vós que aqui entrais, perdei toda a esperança”. Pois essa já foi perdida. Somos perdedores.

Derrotados.

Fregueses.

Mas, e se o inesperado acontecer? E se a lógica matemática futebolística furar? E se o campeão vacilar? E se Nossa Senhora das Vitórias nos conceder um de seus milagres?

Não... Impossível.

Parabéns ao campeão Flamengo.

Valei-nos Santo André.
Zeca Tal - 20/07/2006

Thursday, July 20, 2006

A contra-virada

Amigos, é natural que nós, Tricolores com a letra inicial maiúscula justificadamente, tenhamos irritação pelo que aconteceu no jogo de hoje, contra o Grêmio.

Tivemos a vitória na mão e a perdemos por desatenção; dois gols no apagar das luzes, ambos provenientes de perdas de bola no meio de campo, ambos com os finalizadores gremistas à vontade. Fizemos quatro gols no Olímpico Monumental, façanha raríssima para qualquer time brasileiro. Tomamos outros, paciência.

A fidalguia Tricolor, tão praticada pela história e hoje em dia tão bem ressaltada pelo texto de Marcos Caetano, deve entrar em campo e contar a verdadeira história da partida.

Primeiramente, não foi um jogo espetacular como querem fazer crer alguns dos que ocupam espaços da mídia esportiva. Foi sim, um jogo corrido, disputado. Beleza artística não, apenas em certos momentos. Os seis gols no terço final do match ajudam a maquiar tudo. Sim, o gol é a redenção, a independência sem morte; ao gol, tudo é permitido, tudo fica menor diante. Houve grandes gols sim, mas falaremos disso mais à frente.

Volto ao jogo, que não foi divino, do Olimpo. Uma partida até divertida de se acompanhar pela movimentação. Os gremistas tiveram o primeiro tampo na mão; dentro da escala pouco acima da mediocridade, estiveram muito melhor do que nós. Eu não me reconhecia; o Fluminense não se reconhecia lá: era um amontoado, sem atacar, sem organizar, apenas recebendo a esquadrilha sulista de três cores tal como um boxeador em derrota, mas não por nocaute – perdendo pontos, tomando mais e mais jabs.

Quando menos se esperava, imediatamente após termos sofrido o segundo gol gremista, num contra-ataque arrebatador e que poderia ter sacramentado a derrota, eis que tivemos um resquício de reação. Na falha do goleiro gaúcho e o posterior rebote, no meio da confusão, a bola pererecou e entrou. E então, vejam vocês, o futebol é cheio de surpresas e nuances, detalhes e especificações, como se fosse uma mulher charmosa e misteriosa: tudo mudou, significativamente.

Petkovic, nosso craque, que não tem mostrado o melhor de seu talento este ano, tinha falhado clamorosamente no passe que resultou no segundo gol gremista. De repente, fez de tudo: passou, driblou e conseguiu o que almejava há tempos com a camisa sagrada das Laranjeiras – o gol olímpico. Há os que dizem ter havido carga sobre o goleiro, outros defenderam a falha entusiasticamente. Tudo, como já disse, fica muito pequeno diante da grandeza, da magnitude de um gol olímpico – assim, Petkovic foi aos céus. Recuperou-se? No mínimo, deu sinais de que tem lenha para queimar. Um gol definitivo.

Diante da reação inesperada e fantasticamente consagrada no segundo gol, o que poderíamos esperar? Uma virada tsunânica, avassaladora, típica dos cem anos Tricolores, daquelas com as quais estamos mais do que acostumados, é nossa sina. E veio, fulminante, com um peixinho do garoto Marcelo, lateral-esquerdo que passou a flanar no meio-campo durante o decorrer da partida, em conseqüência das substituições. O lateral, jogando no meio, fazendo um gol de cabeça como se fosse um artilheiro maior, um gênio da grande área.

O terço final do jogo reservou as melhores emoções, que os outros dois nem puderam rascunhar. Depois de dois golaços, veio mais um, esfuziante, do mesmo Petkovic, num chute poderoso de duzentas jardas, fazendo com que o goleiro esticasse-se todo em busca do nada, da bola já devidamente endereçada.

Em menos de meia hora, o time outrora esgarçado e esbaforido tinha feições de uma invencível armada. Numa virada fabulosa, restou aos torcedores do Grêmio - senhor do jogo na primeira etapa sem, no entanto, traduzir a superioridade técnica em resultado – a saída das arquibancadas, desistindo do dia, com sofreguidão.

Outra vez, quando menos se esperava, fomos desatentos, não detalhistas, afobados. E entregamos uma vitória que, por boa parte do jogo, não nos caberia. Contudo, já que a mesma se desenhou em nossos marejados olhos, porque não aproveitá-la, saboreá-la? Poderíamos. Deveríamos. Não fizemos, pois.

O jogo não foi tudo o que falaram, creio. Valeu mais pelo finzinho e pela intensidade de emoções.

Porém, a menor parte do tempo da partida nos serve de bom presságio.

Não tivemos nada de fenomenal em nossa atuação pelo conjunto da obra. Todavia, o pequeno solo liderado por Petkovic, em dia de inferno e céu, trouxe-nos ventos de esperança. O campeonato ainda está longe, muito longe. Há muito que fazer e construir.

O pequeno terço de jogo, contudo, nos serviu da prova de que somos capazes, de que podemos galgar posições e que, se soubermos trabalhar na construção, tijolo após tijolo, todos delicadamente cimentados, não será a maior das surpresas caso tenhamos ao final do ano uma bela casa, com uma bela sala, capaz de abrigar o desejado troféu.


Paulo Roberto Andel – 17/07/06

Tuesday, July 18, 2006

No tempo dos pontas

Sempre se discute qual seria o resultado de um hipotético jogo entre a seleção de 70 ou a de 82 e a de 2002, por exemplo. Invariavelmente, chega-se à conclusão de que, por causa do preparo físico e da marcação ferrenha, o time de antanho perderia feio. Esta suposta unanimidade pode lever a um erro crasso.

Vendo a recém-terminada Copa do Mundo pobre em novidades, e já pensando na final do século que se iniciará amanhã, viajei para 1987 e lembrei do meu Vasco favorito, que não durou muito. Basicamente, um campeonato carioca de sonho. Acácio, Paulo Roberto, Donato, Fernando e Mazinho (coitado do Roberto Carlos se fossem contemporâneos...); Dunga, Geovani e Tita; Mauricinho, Roberto e Romário. Com Luis Carlos Martins de banco.

Lembrei desse time porque acredito firmemente que nenhuma dessas seleções da Copa conseguiria suportar um 4-3-3 bem montado, com homens abertos nas duas pontas, aprontando correria para a linha de fundo. Do lado direito, Mauricinho tinha o apoio de Paulo Roberto. Do esquerdo, quem fazia às vezes de ponta era o lateral Mazinho, homem de fôlego invejável, que ia e voltava o jogo inteiro e que, por ter origem no meio campo – Antônio Lopes o deslocou pra lateral, alçando-o de meio campo esforçado a lateral de seleção – sabia como cair pelo meio e bater em gol. E no meio... ah, tínhamos Romário em início de carreira, o homem que com três passos deixava o seu marcador um metro – sem exagero – pra trás. E o gênio Dinamite armando tudo isso.

Pensemos nessa França que triturou nosso super-time e depois desfaleceu na batalha dos pênaltis. Ela não estava absolutamente preparada para encarar ataques profundos em ambas laterais e cobrir homens de frente como Romário e Roberto. Sagnol e Abidal – perdão da palavra, um lateral de merrrda! – ficariam presos à marcação para tentarem segurar as duas pontas. A simples presença desses quatro homens – Mauricinho enfiado na direita, Roberto jogando de ponta de lança da intermediária adversária à entrada de sua área, Romário enfiado entre os beques interiores e as subidas velozes e objetivas de Mazinho, sobrecarregariam os dois homens de proteção – Vieira e Makelele, que teriam de se multiplicar pra cobrir os dois lados do campo, desguarnecendo as subidas de Geovani e Tita. Qual a solução? Tirar Ribery e botar mais um marcador? Prender Zidane na marcação dos homens de meio campo?

Não creio que nenhum time da Copa que passou estivesse apto a encarar tal estilo de jogo apoiado em tal qualidade de jogadores. O meu Vasco seria campeão do mundo!

Parafraseando Gentil Cardoso, lanço então meu ponto: dêem-me dois bons pontas, os de nem tão antigamente assim, e ganho qualquer campeonato!

Zeca Tal – 17/07/06
zecatal@tribo12.com.br

Fé na vida, fé no jogo

Persistência, amigos, persistência.

A vida é um jogo. Ela só acaba quando termina.

Quarenta e cinco minutos do segundo tempo, mais acréscimos. Fé.

O Maracanã da minha adolescência quase sempre tinha dois grandes amigos vascaínos comigo. Minutos finais de derrotas significavam invariavelmente solidão. Fugiam. Não queriam ver o fim. Abandonavam a vida, a realidade às vezes dura dos fatos em busca de uma fuga inútil. Bons amigos, mas avestruzes da bola.

Acho que o Maracanã tem esse quê de divã. Invariavelmente, aqueles que persistem num jogo, que acreditam até o final, persistem também no seu dia-a-dia. Não vão abandonar a luta antes de ter seu fim decretado. Não vão deixar de acreditar no seu time, ou quando muito, estarão ali para exercerem os seus papéis de críticos e consumidores enganados e xingarem, urrarem a plenos pulmões contra os pernas-de-pau que ousam vestir a camisa de seu clube. Não vão abandonar o problema e fugir dele, mas sim tentar resolver.

Vencer.

Felizmente nunca passei pela tenebrosa experiência de ouvir um gol do meu time, o do empate inacreditável, o da derrota vendida caro, na rampa do Bellini. Os jogos a que fui, assisti-os todos. Testemunhei tudo. Nada pude fazer por eles (não sou ladrilheiro...). Berrei. Xinguei mães. Mas vivi. Cumpri meu papel. Acreditei.

Meus amigos perderam, num Vasco e Bangu, se não me engano em 1984, uma das faltas mais fantásticas que vi Roberto Dinamite bater. Empate, aos 45 do 2º tempo. Inesquecível. Felicidade quase plena. Um pouco de tristeza por estar só, sem os dois. Quase vinte anos depois, encontro um dos dois na arquibancada, ano passado. Ironia: a história se repetiu. Gol no finalzinho e o empate. Ele novamente não viu.

Metáfora... na hora dos problemas, da dureza, da dificuldade, poucos ficarão. Mas esses segurarão a barra com você. E comemorarão as vitórias mais sofridas, suadas, eternas. Outros estarão na rampa. Ou terão apagado a televisão. Ou fecharão os olhos pra não ver o Baggio bater o pênalti...e perder. Aquele segundo passará, esteja você perto de mim, ou não, vendo ou não.

E você será um vencedor.

Ou não.


Zeca Tal – 17/07/06

zecatal@tribo12.com.br

Friday, July 14, 2006

Grand Finale!

Sim, eu imagino, com toda a razão teremos nos próximos dias muitos torcedores vociferando contra Vasco e Flamengo. Ambos, em suas reestréias, foram verdadeiros fiascos no campeonato nacional, goleados que foram por Palmeiras e Paraná, respectivamente.

Para piorar, o clássico dos milhões terá edição no próximo domingo, no início da noite fria. A expectativa de público é, naturalmente, das piores.

Até aí, não há como dar louros ao match. Contudo, três dias depois, o jogo terá nova repetição, e esta é para valer: tratar-se-á da primeira partida da final da Copa do Brasil e que, além do título em jogo, fornecerá uma vaga para a Copa Libertadores de 2007.

E com isso, amigos, tudo muda. Tudo.

O Maracanã não estará lotado até a última gota do garrafão, feito os tempos de Zico e Roberto, mas terá todos os seus lugares ocupados.

É a volta das torcidas, com suas cores e cânticos, em raro show de beleza que só os freqüentadores das arenas futebolísticas podem entender.

Sabemos que o futebol carioca não tem honrado a tradição de conquistas e supremacia nacional. O esvaziamento da cidade repercutiu nos clubes, e tivemos tempos muito difíceis, que ainda vão perdurar com seus rescaldos. Em termos nacionais, tivemos rebaixamentos, muitas ameaças e escassos títulos nos últimos dez anos.

A confusão administrativa dos clubes levou as equipes à penúria, salvo momentos pontuais.

Porém, tudo vai ficar de lado entre as duas próximas quartas-feiras. É decisão. É título em jogo, título nacional disputado por duas agremiações cariocas.

Em campo, não há mais os craques do Flamengo dos anos oitenta, e nem os do Vasco dos anos noventa. Mas a mística do clássico é inabalável e há de perdurar por duzentas mil primaveras.

Nelson Rodrigues, o maior tricolor de todos os tempos, certa vez escreveu que haveria um dia em que a camisa do Flamengo poderia jogar sozinha, sem um time. Creio que isso também valha para o Vasco.

Não importam os dirigentes nefastos, nem os maus resultados recentes, mesmo as campanhas não convincentes dos últimos anos. Deixemos de lado a má fase.
É hora de festa, de alegria, de estádio colorido e de dois jogos que, se não forem capazes de exibir no campo o brilho de outrora, certamente escreverão mais um capítulo da história que é feita para não ter fim, a história de mais uma decisão importante envolvendo duas biografias centenárias; duas camisas inesquecíveis; duas paixões populares que imaginam-se digladiando permanentemente mas que, na verdade, são pura simbiose.

A Colina encara a Gávea. Vejamos o que virá.

Paulo Roberto Andel - 14/07/06

Wednesday, July 12, 2006

Rescaldos

Agora, esfriados os ânimos e já com a volta do campeonato brasileiro devidamente encaminhada, talvez ainda caibam pequenas observações sobre o assunto que tomou o Brasil como uma verdadeira obsessão, a de sempre: Copa do Mundo.
Sempre deixo claro que minha empolgação é o Maracanã, é São Januário, é Bariri. Aqui, em nossa vizinhança, é que são germinadas diariamente as sementes da paixão que chamamos de futebol.
Nos últimos dias, como sempre acontece toda vez que nossa impecável condição de melhores do mundo tem risco de ser arranhada, muitos vociferaram pelos quatro cantos. O fim de Ronaldo. A lenda de Ronaldinho. A falta de raça. Garra. Fibra.
Se passássemos pelos franceses, teríamos honrado as chuteiras da pátria, vingado o trágico fim de 1998, "trágico" para nós e merecidíssimo para eles.
Uma tremenda bobagem.
A espetacular seleção de 1982 - que, a meu ver, desde que nasci, foi a maior favorita de todas, junto com esta de 2006 - tinha um talento extraordinário, uma disposição impecável e ficou pelo mesmo meio de caminho. Nosso time era quase impecável, mesmo tendo soluçado contra União Soviética e Escócia na mesma competição. A Itália era desdenhada por nossa imprensa...um time com titulares do quilate de Zoff, Scirea, Cabrini, Tardelli, Conti, Altobelli e, sim, Paolo Rossi. Jogamos mal; se mal não foi, ao menos pior do que eles, os ítalos. Foram superiores e venceram. Nós, brasileiros, não soubemos e nem sabemos admitir a inferioridade pontual no futebol - pontual sim, pois no longo prazo somos imbatíveis no conjunto da obra. Chegaram a cogitar que o Júnior, craque da pelota, havia falhado em não ter jogado seu próprio corpo para dentro do gol na hora em que Rossi finalizou o terceiro gol, afim de causar impedimento. Quem puder, reveja o tape do gol e constante o absurdo que propuseram como causa da nossa, digamos, saída antecipada.
Não tínhamos a seleção dos sonhos em 1986, mas a partida que selou nossa eliminação foi de nosso amplo domínio. Os franceses arrastavam-se na prorrogação, frente o sol equatorial do México. Pênaltis, babau! Jogamos melhor e demos adeus.
Na Copa da Itália, conseguimos jogar três partidas horríveis, recorde na história da Nazionale brasileira, creio. Veio a única em que jogamos bem, três bolas na trave, o diabo, um toque de craque Maradona nos despejou.
A decisão de 1998, por mais que problemas extra-campo tenham influenciado, revela um fato constrangedor: jogamos pessimamente. E três gols foram pouco.
Pelo meio do caminho, ora ganhamos o mundo, ora perdemos. É do jogo, é do futebol, o esporte mais apaixonante da Terra justamente porque nem sempre o melhor vence. Há uma parcela do imponderável, como se o velho Sobrenatural de Almeida, de Nelson, a cada quatro anos buscasse novos ares.
O mesmo Parreira, hoje fuzilado, foi o sóbrio campeão de 1994. Errou? Sim, todos erramos. Contudo, na partida contra o time de Zidane, fez o que todos queriam - todo o povo, toda a imprensa, até mesmo boa parte dos jogadores. Ronaldinho na frente, Juninho na armação. Era o que esperávamos dar certo, mas não deu: foi um desastre. Uma equipe com tantos jogadores de categoria sem conseguir trocar três passes com precisão.
Há momentos em que me pergunto: por que não somos capazes de admitir que falhamos no futebol?
Nosso mérito eterno não se arranha por isso. Os maiores vencedores souberam, um dia, tirar proveitosas lições dos revezes.
Os ítalos, vitoriosos, merecem os louros. E nós, aos poucos, reconstruiremos o caminho para nova volta ao pódio em 2010, que é nosso lugar e onde todos no mundo esperam nos ver.
Enquanto isso, voltemos ao nosso Maracanã, ao nosso futebol que foi construído com alicerces dignos, capazes de nos firmar em todo e qualquer pantheon do esporte bretão.
Mal posso esperar pelo jornal da madrugada, e conferir os gols da rodada.
Paulo Roberto Andel - 12/07/06

Tuesday, July 04, 2006

Rodada dupla!

Semifinais da Taça Rio – 2006, Maracanã, lá estava eu no meio da torcida do América, que fazia a primeira partida contra o Americano de Campos.

Segunda partida iniciada, Madureira x Cabofriense, de repente me lembro das rodadas duplas do meio de semana, envolvendo dois grandes contra dois pequenos do Campeonato Carioca, ou ainda dos domingos de clássicos com a preliminar de juvenis.

Lembro inclusive da presença maciça da torcida nas preliminares, para ver os futuros craques, visto que naquela época, tínhamos a certeza de que estes estariam, certamente, entre os profissionais de seus respectivos clubes e não exportados ou cedidos aos rivais através de transações estranhas entre empresários e cartolas, mas isso é outro papo.

Nas rodadas de meio de semana, geralmente envolvendo dois grandes e dois pequenos, podia-se presenciar as duas torcidas dos grandes colocadas como nos clássicos e torcendo pelo pequeno que jogava contra o arqui-rival. Era um secando o outro e isso até empolgava os pequenos.

Nos anos 70, estudava na Escola Técnica Federal, hoje CEFET-RJ e às vezes, junto com um grupo de amigos de classe, matava aquelas aulas necessárias para ir ao Maraca, de Geral, torcer e secar. Era divertido, o prazer podia ser duplamente sentido, uma festa de torcidas, bastante engrossada pela neutra, a dos outros grandes que iam torcer contra os dois protagonistas da noite.

Trocar de posição após o intervalo para ver melhor os gols, correr pelo túnel da Geral, outras travessuras dignas dos dezesseis, dezessete anos de idade.

Certa vez, eu, tricolor, e um amigo, botafoguense, fomos assistir a um jogo entre Vasco e Bahia pelo Brasileiro, de Geral é claro, só pra secar o Vasco e quando o Bahia marcou aos 45 do segundo, o gol que lhe daria a vitória sobre o clube da colina por 1 x 0, não nos contivemos e pulamos sozinhos e imediatamente corremos de alguns torcedores do Vasco pelo túnel adentro até a saída do estádio. Até hoje não sei quantos eram, pois não tive tempo de olhar pra trás. Bem, a Geral mereceria um capítulo exclusivo.

Voltando às rodadas duplas, me pergunto hoje: porque não se tentar novamente? Porque não a volta das preliminares de juniores? Não seria bom até mesmo para o torcedor conhecer melhor alguns de seus futuros ídolos? Hoje, mal sabemos quem são os campeões das várias categorias de base.

Também conheceríamos melhor os times dos clubes chamados pequenos e ver suas pequenas, mas animadas torcidas, pois elas existem e se renovam, como a do Madureira, que vimos na última Taça Rio, além é claro, de a cada rodada, termos o encontro das torcidas dos chamados grandes e rivais
.
Quem sabe, por se verem mais, não se tornassem menos violentas entre si, como nesses tempos de Geral e de rodadas duplas? Quem sabe?


Jocemar de S. Barros. RJ, 28/06/2006

Fenomenal!

A Copa do Mundo começa e as atenções de todo o planeta se voltam para as trinta e duas seleções relacionadas e para seus jogadores, em especial os chamados craques.

No scratch canarinho, o quase sempre favorito de todos os que acompanham o futebol pelo mundo afora e de todas as bolsas de apostas dos grandes centros, destacam-se vários jogadores dignos de serem apontados como craques e há quatro Copas do Mundo, incluindo esta, destaca-se um em especial, sempre muito discutido e protagonista de eternas discussões e análises muitas das vezes injustas e precipitadas.

Cercado sempre de grande expectativa em torno de suas prováveis atuações no Mundial e envolto algumas vezes em controvérsias, normalmente originadas fora dos gramados, Ronaldo Fenômeno, ex-Ronaldinho, é prato cheio para a imprensa e mídia em geral.

Problemas extra-campo à parte, o que se cobrar ou reclamar do cara? Senão, atentemos para breve histórico de sua meteórica, vitoriosa e surpreendente carreira.

Aos dezesseis anos de idade, recém levado ao Cruzeiro de Belo Horizonte, vindo do modesto São Cristóvão do Rio de Janeiro, o garoto de Bento Ribeiro, subúrbio da Central, no Rio de Janeiro, começa a aparecer nos gols do Fantástico, iniciando a coleção de pinturas de sua artística carreira de goleador nato.

Num desses domingos de gols do Campeonato Brasileiro, um em especial chama a atenção do país inteiro, quando o garoto, se fingindo de morto, como quem bate uma carteira, rouba a bola do experiente goleiro Rodolfo Rodriguez, que a soltara na pequena área após uma defesa e antes de recolocá-la em jogo, teve tempo apenas de ouvir a torcida da Raposa Mineira comemorando o gol. O garoto corria para a galera com aquele sorrido de moleque, aquela cara de garoto quando comemora uma travessura. Não era a comemoração simples de um gol, como vemos normalmente. Jamais esqueci dessa cena.

Pouco tempo depois, o menino estava na Holanda, no PSV e lá continuou marcando seus golzinhos. Depois Espanha, no Barcelona, Itália, na Internazionale de Milão e de novo na Espanha, no Real Madrid. Carreira vitoriosa, sem dúvida! Ídolo por onde passou, Ronaldo continua fazendo escola entre os meninos de todo o mundo. Todos sonham em ser um Ronaldinho.

Sua história, envergando a não menos vitoriosa camisa da seleção brasileira, é indiscutivelmente fantástica e apresenta números surpreendentes. Aos dezessete anos, em 1994, é convocado para sua primeira Copa do Mundo, onde assiste aos jogos no banco de reservas, ainda deslumbrado talvez, por participar do mesmo grupo de seus prováveis ídolos como Romário e Bebeto. Não joga, é verdade, mas quem sabe não tenha sido levado como uma espécie de amuleto, por indicação do próprio Zagalo, o então Coordenador Técnico da Seleção, para quem sabe, repetir o feito de um outro gênio, o maior de todos, Pelé, que em 58 também tinha a mesma idade. Quem sabe?

Como todos sabem, Zagalo é muito supersticioso e não perderia essa chance. Poderia também Ronaldinho, numa necessidade circunstancial durante a Copa, entrar e bater outra carteira de algum goleiro desatento. Na verdade, sua convocação foi um prêmio por suas atuações e gols espetaculares já marcados.

No final, Brasil tetracampeão, título esperado por vinte e quatro anos de angústia e seguidas decepções. O amuleto começava a funcionar!

Em 1998, Ronaldinho, com 21 anos de idade e já eleito duas vezes melhor jogador do mundo pela imprensa européia especializada, é a maior estrela da Copa na França. Agora, carregando toda a pressão e o desejo de todos os brasileiros pela conquista do Penta, tem grande desempenho, sendo o artilheiro do Brasil, que chega novamente à final contra os donos da casa, dia em que não se sente bem antes do jogo e tem sua escalação ameaçada. Mesmo assim, entra em campo, mas como todo o time, não está no melhor dos seus dias e a França é Campeã. Tudo muito estranho para todos até hoje.

Antes da Copa da Coréia e Japão, 2002, o craque sofre contusões que primeiramente leva-o à cirurgia do joelho, afastando-o dos gramados por longo tempo e na volta, nova contusão no mesmo local, numa cena vista e comentada por todo o mundo, por suas imagens chocantes e a grande dúvida que deixava no ar. Voltará a jogar futebol? E se voltar, ainda será o mesmo? O mundo se perguntava sobre o futuro do maior jogador em atividade então.

Após muita determinação, Ronaldinho é preparado para a Copa e sob suspeita de quase todos, inicia sua retomada e com ele no comando, com sua força e com seus gols, conquistamos o tão sonhado Penta. Ronaldo encanta o mundo com seu talento, força e irreverência (lança o corte de cabelo Cascão, imitado imediatamente por garotos de toda parte), é o maior jogador da Copa e artilheiro da competição, além de marcar os dois gols na final contra os alemães.

Agora em 2006, Copa na Alemanha, a terceira da história neste país, Ronaldo, 29 anos, que já não necessitaria provar mais nada pra ninguém, considerando-se seu histórico de conquistas, tem outra contusão de menor gravidade um pouco antes da convocação final para sua quarta Copa, engorda uns quilinhos, que somados a outros episódios envolvendo sua vida pessoal durante o período entre - copas, lhe custa uma perseguição implacável de todos, transformando-o em alvo de piadas e novamente do questionamento sobre seu provável desempenho.

Enfim, começa a Copa do Mundo e aos poucos, driblando alguns adversários e toda a pressão em cima de seus ombros, o gordinho vai afinando, driblando mais adversários e fazendo os gols tão esperados e após o quarto jogo da seleção, com três gols assinalados, já é nosso artilheiro e segundo na competição, além de bater o record até então pertencente ao alemão Müller, de maior artilheiro da história das Copas. Será que algum dia ainda disputará um Campeonato Carioca (de preferência com a camisa do meu clube)? Seria a realização do sonho de qualquer torcedor, não acham?

Parece-me, definitivamente, que ainda é o melhor na posição e que teremos de torcer muito por ele, se pensamos em trazer o Hexa e pra encurtar a conversa, sem mais dados estatísticos, como artilharia em eliminatórias, outras conquistas como Copa América, etc, deixo aqui a pergunta: é fenomenal ou não é?

Jocemar de Souza Barros. RJ, 28/06/2006.