Agora que estamos aqui todos parados, alguns de coração na mão por causa da pátria de chuteiras, veio em mente uma outra época de Copa.
Houve um tempo em que os homens do futebol decidiram não paralisar o calendário daqui por causa do campeonato mundial de seleções. Para ser mais exato, ano de 1982. Eu era um garoto, mal tinha catorze anos e adorei.
A temporada tinha sido fechada com a brilhante conquista do bicampeonato brasileiro do Flamengo, em maio. Era um tempo em que quase a totalidade dos jogadores da seleção brasileira era composta por aqueles que atuavam em times brasileiros, ao contrário de hoje. Então, criaram o Torneio dos Campeões. Não lembro quais foram os critérios de convite para o certame, sim das equipes: as do Rio, São Paulo, Minas, Rio Grande. O objetivo era manter os times em atividade e conseguir alguma renda, já que não havia patrocínio nas camisas e transmissão pela televisão como hoje. Não tinha nem celular, ora: bastava orelhão com fichas.
Como era permitido jogar bola na geral do Maracanã, isso mesmo, levávamos uma dente-de-leite e fazíamos nossa própria preliminar, a turma do colégio da praia, Cícero Penna: eu, Chico, Luiz Cláudio, Cassiano, Bolaman, outros. Era “golzinho”, traves marcadas com embalagens de leitinho CCPL vendido por lá. A volta era de metrô, que ia até Botafogo; então, pegávamos o tal “integração”, que circulava por Copacabana e era chamado de “Mengão”, prateado com duas listras, vermelha e preta. Importante frisar que o ingresso era baratíssimo, quase o equivalente a uma passagem de ônibus da época. Tinha tricolor no jogo do Vasco, botafoguense torcendo pelo América; nem se podia cogitar que houvesse briga entra amigos por que um torcia para o time diferente do outro.
Estabeleci meu recorde de todos os tempos: fui ao estádio de domingo a domingo, sete jogos em sete dias, coisa que nunca mais vai acontecer.
Acharam que o Torneio dos Campeões ia ser um fiasco, abafado que seria pelos jogos da maravilhosa Seleção; como é sabido por todos, a Itália fechou nosso caminho e o então fiasco passou a ser nossa única diversão de jogo de bola.
Meu Tricolor foi mal; teve até enterro de dirigente no estádio, promovido pelo Seu Armando da Young-Flu, sábado à noite, Fluminense e Corinthians. O protesto deu certo: um ano depois, nosso supertime deu as caras e fomos tricampeões à frente.
O grande campeão? América, claro.
Houve um tempo em que os homens do futebol decidiram não paralisar o calendário daqui por causa do campeonato mundial de seleções. Para ser mais exato, ano de 1982. Eu era um garoto, mal tinha catorze anos e adorei.
A temporada tinha sido fechada com a brilhante conquista do bicampeonato brasileiro do Flamengo, em maio. Era um tempo em que quase a totalidade dos jogadores da seleção brasileira era composta por aqueles que atuavam em times brasileiros, ao contrário de hoje. Então, criaram o Torneio dos Campeões. Não lembro quais foram os critérios de convite para o certame, sim das equipes: as do Rio, São Paulo, Minas, Rio Grande. O objetivo era manter os times em atividade e conseguir alguma renda, já que não havia patrocínio nas camisas e transmissão pela televisão como hoje. Não tinha nem celular, ora: bastava orelhão com fichas.
Como era permitido jogar bola na geral do Maracanã, isso mesmo, levávamos uma dente-de-leite e fazíamos nossa própria preliminar, a turma do colégio da praia, Cícero Penna: eu, Chico, Luiz Cláudio, Cassiano, Bolaman, outros. Era “golzinho”, traves marcadas com embalagens de leitinho CCPL vendido por lá. A volta era de metrô, que ia até Botafogo; então, pegávamos o tal “integração”, que circulava por Copacabana e era chamado de “Mengão”, prateado com duas listras, vermelha e preta. Importante frisar que o ingresso era baratíssimo, quase o equivalente a uma passagem de ônibus da época. Tinha tricolor no jogo do Vasco, botafoguense torcendo pelo América; nem se podia cogitar que houvesse briga entra amigos por que um torcia para o time diferente do outro.
Estabeleci meu recorde de todos os tempos: fui ao estádio de domingo a domingo, sete jogos em sete dias, coisa que nunca mais vai acontecer.
Acharam que o Torneio dos Campeões ia ser um fiasco, abafado que seria pelos jogos da maravilhosa Seleção; como é sabido por todos, a Itália fechou nosso caminho e o então fiasco passou a ser nossa única diversão de jogo de bola.
Meu Tricolor foi mal; teve até enterro de dirigente no estádio, promovido pelo Seu Armando da Young-Flu, sábado à noite, Fluminense e Corinthians. O protesto deu certo: um ano depois, nosso supertime deu as caras e fomos tricampeões à frente.
O grande campeão? América, claro.
Pra você ver como eram as coisas de antigamente.
(Paulo Roberto Andel, 06/21/06)