Tuesday, January 18, 2011

FELIZ 2011!


Caros amigos do tricampeonato, há quantos anos não iniciamos uma temporada de futebol com tanta tranquilidade? Não sei dizer ao certo, é coisa de décadas. O Fluminense desafiou paradigmas, fugiu do inferno e invadiu o céu com seu maravilhoso título em 2010 - dominou o Brasil de ponta a ponta, derramou chopes centenários, falácias debochadas de jornalistas, maus palpites dos analistas de plantão. Os jovens leões tomaram as ruas numa tempestade de dezembro e isso ratificou o Tricolor Tricampeão. Estamos em paz; contudo, bem sabemos que o futebol não espera: ele já bate à nossa porta com novos paradigmas a serem superados.

O campeonato carioca, ou estadual se preferirem, é uma conquista fundamental. O Fluminense sempre teve a supremacia neste modelos de competição, até que permitiu o empate em 2009. Será difícil retomar a ponta: as rivalidades regionais pesam, as torcidas se superam, os jogadores se matam em campo. Temos um time capaz de ser campeão do Rio, mas é preciso que a prática comprove a teoria. Precisamos desse título como nunca.

Em paralelo, a volta à América. Outro dia mesmo, enxugávamos as lágrimas daquela final mal-terminada, que nos deixou com ares de continuação. Pagamos o preço, as dores por dois anos e agora, humildemente, retornamos com o tapete vermelho sob nossos pés. Os velhos bocós já manuseiam as línguas-de-sogra: é o grupo da morte, o Fluminense não tem chance. Ri, rio e rirei cada vez que tais sentenças fatigarem minha vista e minha audição. Não somos os mais-queridos nem os favoritíssimos: que nos deixem num cantinho, pois conhecemos como ninguém o caminho das beiradas até a vitória. Tem sido assim há quase cento e dez anos.

Mais tarde, no findar do primeiro trimestre, a ferocidade do campeonato brasileiro e seus quase quarenta jogos, atravessando um verdadeiro continente. A se julgar pelo elenco que montamos e que ele não se desfaça, o Fluminense será um dos times que brigará pelo G, seja ele 3 ou 4. Não chegamos até aqui à toa. Os desafios serão violentos, mas isso faz parte da nossa história: é a nossa verdadeira sina.

Um time campeão merece respeito e valorização. Quem chega, vem para somar e, se possível, ganhar vaga no time. Hoje, ninguém merece ser mais titular do gol Tricolor do que Ricardo Berna; Cavalieri vem com força, mas precisa mostrar serviço. Souza tem história em outros times, mas precisa escrever a sua nas Laranjeiras, assim como Edinho e o veterano Araújo. Enfim, o Fluminense de hoje tem muitas opções e eu espero que, dentre elas, também estejam as jovens promessas forjadas em Xerém, para mesclar o grupo em todos os aspectos.

Não diria aqui que o Fluminense irá longe com certeza. É tão somente uma esperança, uma vontade, uma saudável ânsia de dez milhões de torcedores. O que aposto mesmo é que temos chances. Boas chances. O que vier de melhor, basta; por enquanto, torço por uma alegria semelhante a 2010. Se forem duas, maravilhoso; se forem três, o céu não será limite para a nossa calejada galeria de taças. O que vier, vem bem. Time, elenco e treinador, temos.

Aproveito para deixar uma mensagem aos homens que dirigem as Laranjeiras: se chegamos até aqui, é porque tivemos vários fatores dentro e fora de campo para uma verdadeira ressurreição do Fluminense - neste último caso, a força da nossa maravilhosa, apaixonada e linda torcida. Não é o momento de visualizar somente as receitas e deixar a massa torcedora de lado. O Fluminense dentro de campo não seria campeão sem o Fluminense que inundou o concreto das arquibancadas de Volta Redonda, Engenhão e Barueri. Um grande campeão não se constroi apenas com a audiência da televisão, tampouco com a exclusividade das classes mais abonadas.

No mais, um grande ano de 2011 e o velho sentimento de esperança que volta a brilhar nas três cores da vitória.


Paulo-Roberto Andel

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