Sempre se discute qual seria o resultado de um hipotético jogo entre a seleção de 70 ou a de 82 e a de 2002, por exemplo. Invariavelmente, chega-se à conclusão de que, por causa do preparo físico e da marcação ferrenha, o time de antanho perderia feio. Esta suposta unanimidade pode lever a um erro crasso.
Vendo a recém-terminada Copa do Mundo pobre em novidades, e já pensando na final do século que se iniciará amanhã, viajei para 1987 e lembrei do meu Vasco favorito, que não durou muito. Basicamente, um campeonato carioca de sonho. Acácio, Paulo Roberto, Donato, Fernando e Mazinho (coitado do Roberto Carlos se fossem contemporâneos...); Dunga, Geovani e Tita; Mauricinho, Roberto e Romário. Com Luis Carlos Martins de banco.
Lembrei desse time porque acredito firmemente que nenhuma dessas seleções da Copa conseguiria suportar um 4-3-3 bem montado, com homens abertos nas duas pontas, aprontando correria para a linha de fundo. Do lado direito, Mauricinho tinha o apoio de Paulo Roberto. Do esquerdo, quem fazia às vezes de ponta era o lateral Mazinho, homem de fôlego invejável, que ia e voltava o jogo inteiro e que, por ter origem no meio campo – Antônio Lopes o deslocou pra lateral, alçando-o de meio campo esforçado a lateral de seleção – sabia como cair pelo meio e bater em gol. E no meio... ah, tínhamos Romário em início de carreira, o homem que com três passos deixava o seu marcador um metro – sem exagero – pra trás. E o gênio Dinamite armando tudo isso.
Pensemos nessa França que triturou nosso super-time e depois desfaleceu na batalha dos pênaltis. Ela não estava absolutamente preparada para encarar ataques profundos em ambas laterais e cobrir homens de frente como Romário e Roberto. Sagnol e Abidal – perdão da palavra, um lateral de merrrda! – ficariam presos à marcação para tentarem segurar as duas pontas. A simples presença desses quatro homens – Mauricinho enfiado na direita, Roberto jogando de ponta de lança da intermediária adversária à entrada de sua área, Romário enfiado entre os beques interiores e as subidas velozes e objetivas de Mazinho, sobrecarregariam os dois homens de proteção – Vieira e Makelele, que teriam de se multiplicar pra cobrir os dois lados do campo, desguarnecendo as subidas de Geovani e Tita. Qual a solução? Tirar Ribery e botar mais um marcador? Prender Zidane na marcação dos homens de meio campo?
Não creio que nenhum time da Copa que passou estivesse apto a encarar tal estilo de jogo apoiado em tal qualidade de jogadores. O meu Vasco seria campeão do mundo!
Parafraseando Gentil Cardoso, lanço então meu ponto: dêem-me dois bons pontas, os de nem tão antigamente assim, e ganho qualquer campeonato!
Zeca Tal – 17/07/06
Vendo a recém-terminada Copa do Mundo pobre em novidades, e já pensando na final do século que se iniciará amanhã, viajei para 1987 e lembrei do meu Vasco favorito, que não durou muito. Basicamente, um campeonato carioca de sonho. Acácio, Paulo Roberto, Donato, Fernando e Mazinho (coitado do Roberto Carlos se fossem contemporâneos...); Dunga, Geovani e Tita; Mauricinho, Roberto e Romário. Com Luis Carlos Martins de banco.
Lembrei desse time porque acredito firmemente que nenhuma dessas seleções da Copa conseguiria suportar um 4-3-3 bem montado, com homens abertos nas duas pontas, aprontando correria para a linha de fundo. Do lado direito, Mauricinho tinha o apoio de Paulo Roberto. Do esquerdo, quem fazia às vezes de ponta era o lateral Mazinho, homem de fôlego invejável, que ia e voltava o jogo inteiro e que, por ter origem no meio campo – Antônio Lopes o deslocou pra lateral, alçando-o de meio campo esforçado a lateral de seleção – sabia como cair pelo meio e bater em gol. E no meio... ah, tínhamos Romário em início de carreira, o homem que com três passos deixava o seu marcador um metro – sem exagero – pra trás. E o gênio Dinamite armando tudo isso.
Pensemos nessa França que triturou nosso super-time e depois desfaleceu na batalha dos pênaltis. Ela não estava absolutamente preparada para encarar ataques profundos em ambas laterais e cobrir homens de frente como Romário e Roberto. Sagnol e Abidal – perdão da palavra, um lateral de merrrda! – ficariam presos à marcação para tentarem segurar as duas pontas. A simples presença desses quatro homens – Mauricinho enfiado na direita, Roberto jogando de ponta de lança da intermediária adversária à entrada de sua área, Romário enfiado entre os beques interiores e as subidas velozes e objetivas de Mazinho, sobrecarregariam os dois homens de proteção – Vieira e Makelele, que teriam de se multiplicar pra cobrir os dois lados do campo, desguarnecendo as subidas de Geovani e Tita. Qual a solução? Tirar Ribery e botar mais um marcador? Prender Zidane na marcação dos homens de meio campo?
Não creio que nenhum time da Copa que passou estivesse apto a encarar tal estilo de jogo apoiado em tal qualidade de jogadores. O meu Vasco seria campeão do mundo!
Parafraseando Gentil Cardoso, lanço então meu ponto: dêem-me dois bons pontas, os de nem tão antigamente assim, e ganho qualquer campeonato!
Zeca Tal – 17/07/06
zecatal@tribo12.com.br
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