Wednesday, July 15, 2009

FLUMINENSE 0 X 1 SANTO ANDRÉ

Uma noite para esquecer (12/07/2009)

No frio início da noite de domingo, o Fluminense voltou a campo pelo campeonato brasileiro, no Engenhão, para enfrentar o time do Santo André. O que poderia ser uma partida comum, tomou ares de vida ou morte: àquela altura, o Tricolor já estava na famigerada zona de rebaixamento, de modo que a vitória tinha se tornado uma obrigação para escapar da incômoda situação. Tudo depois de uma seqüência de vários maus resultados.

Logo no começo do jogo, na primeira jogada dentro de nossa área, uma intervenção desastrosa de Wellington Monteiro tomou o fundo de nossas redes. Um gol contra. A partir de então, o time do Fluminense mergulhou num completo desacerto. Buscava ataque, pressionava, mas errava nos toques cruciais, de modo que a pressão se tornava inócua. É certo que a ala direita teve alguma evolução, com a estréia do veterano lateral Ruy, o Cabeção. Contudo, foi pouco para um domínio efetivo das ações na partida.

Com a outra camisa, o maior perigo à nossa meta ficava por conta de outro veterano: Marcelinho Carioca. Aliás, provado que idade e condição física podem se alinhar nos veteranos, estava presente em campo o jogador mais velho em atividade no campeonato da série A, pelo menos: o volante Fernando, que parecia correr mais do que vários jovens de vinte e poucos anos em campo.

Nas arquibancadas, era natural a insatisfação de nossos cinco mil torcedores. Apupos a todo instante, com ênfase especial para a dupla Wellington-Edcarlos. O zagueiro da Bahia realmente não vem em boa fase, mas convém ressaltar que salvou um gol feito, tirando uma bola em cima da linha, após Ricardo Berna ter sido encoberto por Elvis. Enfim, o torcedor apóia, e até tem sido compreensivo demais. Só discordo dos xingamentos proferidos a respeito de Carlos Alberto Parreira. Trata-se de um símbolo eterno de nosso clube, e fica claro que, a cada rodada que passa, a irregularidade de nosso time está calcada nas falhas individuais: foi assim na partida decisiva contra o Flamengo, no campeonato estadual; o mesmo, nos jogos decisivos contra o Corinthians, pela Copa do Brasil; tem sido assim no atual certame como, por exemplo, na partida em casa contra o Santos. Claro que Parreira não conseguiu imprimir ao time do Fluminense a tradicional aplicação das equipes que dirige, e isso é um problema. Mas o fundamental está na questão individual. Por mais que o treinador trabalhe, não pode lhe caber a culpa se um volante chuta a bola contra seu próprio gol. Por outro lado, com muita gana e vontade, Conca é o espelho do que o time do Fluminense deveria ser. Com dez Concas em campo, não perderíamos nunca.

Até o fim do primeiro tempo, o panorama não se alterou. O Santo André, recuado, buscava eventualmente contra-ataques. O Fluminense dominava o jogo no campo adversário, mas não criava nenhuma jogada perigosa. Pela maneira como foi, a vitória dos celestes foi justa na primeira etapa.

E a nós, caberia descer para o vestiário com a pesada cruz, mesmo que temporária, da zona de rebaixamento. A velha e desagradável cruz que queremos eternamente distante de Álvaro Chaves.

O segundo tempo começou marcado pelo desespero que naturalmente nos cercava. Marquinho entrou, para dar mais vigor ofensivo. Não deu certo. Quem esteve novamente perto do gol foi o Santo André, em mais uma cobrança venenosíssima de falta de Marcelinho.

E então veio o abafa. Cruzamentos e cruzamentos, todos bem interceptados pelo bom goleiro Neneca. Parreira tentou de tudo: gritava à beira do granado, se exasperava, dava instruções. E mexia no time. Veio o menino Tartá, ausente há tempos e de quem a torcida muito espera. O menino reclamou de não estar sendo aproveitado; entretanto, quando teve a chance, pouco produziu.

Entre nervosismo, pressão, insatisfação, uma má performance em campo, evitar a derrota parecia impossível. O time tentava mais chuveirinhos e a partida terminou com o Fluminense todo no ataque, mas sem conseguir um chute perigoso sequer em toda a segunda metade da etapa final.

É um momento lamentável.

Há quatro rodadas, ocupávamos a sexta colocação. Agora, a zona de rebaixamento.

A bela torcida do Fluminense não merece isso. A trajetória de Carlos Alberto Parreira não merece isso. O futebol não merece.

Precisamos recolher os cacos. É um momento matematicamente grave, mas perfeitamente superável. Que os homens das Laranjeiras acertem seus caminhos, em prol do bem comum que é o Fluminense – o nosso amado Tricolor que não merece este revés.


Paulo-Roberto Andel, 13/07/2009

1 comment:

Anonymous said...

Amigo, está cada vez pior a situação... Quarta-feira, após o 2 gol do Internacional, deu vontade de chorar, não tá dando cara... Desde a Libertadores que não vejo um time guerreiro. Dá nojo... Abraços do seu amigo William "Bill" Vianna