Monday, August 14, 2006

O fim da era (?)

Não seria possível resistir a uma derrota tão absurda, ainda mais impactada pela sequência de maus resultados anteriormente obtido. E ponto: Oswaldo de Oliveira não é mais o treinador do Fluminense.
Cabem algumas considerações a respeito.
Uma, relativa ao fato da péssima lição de casa que o Tricolor tem ensaiado este ano, ao contrário de outros: trocar de técnico como quem troca de camisa suada. Entre 1999 e 2005, o Fluminense marcou seu trabalho pela manutenção de treinadores; se os resultados não foram exatamente os que se esperava, ao menos foi resgatada a tradição competitiva do time das Laranjeiras - dois títulos estaduais, algumas decisões e outras excelentes boas colocações. E 2006? A bagunça impediu até que o Fluminense disputasse ao menos as semifinais dos turnos do campeonato estadual. A campanha no Brasileiro, embora considerada boa em termos de pontuação, não dá segurança aos torcedores em termos de expectativas de título, nem mesmo de chegada à Libertadores.
É preciso lembrar que Oswaldo, embora respeitado e marcado por uma postura ética intocável, não é e nem nunca foi o que o Fluminense precisava quando o contratou: um armador de times, um arrumador. Sua trajetória no futebol brasileiro demonstra isso. O resultado foi que, embora conquistando os pontos, o Flu ressentiu-se de padrão de jogo, padrão tático e, incrivelmente, entrosamento. Sempre me chamou a atenção nas últimas partidas a demora de Oswaldo em perceber, muitas vezes, o óbvio: a necessidade de mudança na equipe. A insistência com Tuta e Rogério também foi um enorme complicador. Petkovic está muito mal? Evidentemente que sim. Contudo, porque substituir regularmente o único jogador que, embora em péssima fase, ainda possa ter um lampejo, ao contrário dos que nunca eram sacados e que também nunca tiveram qualquer lampejo ou coisa que o valha?
A volta da competição, após a Copa do Mundo, selou o destino de Oswaldo. Parece que querem efetivar Josué Teixeira, que já assumiu o time interinamente. Bom, talvez seja mais razoável deixar no comendo alguém que já acompanha o grupo do que apostar em mais uma aventura naufragável, tal como as de Ivo Wortmann e Paulo Campos.
Apesar de algumas limitações, time o Fluminense tem. Falta orientação e comando. Falta ajustar as peças; explorar umas, sacar outras.
Hoje, ninguém é melhor do que Josué para esta tarefa.
Amanhã, não se sabe.


Paulo Roberto Andel, 08/08/06

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