Conforme já declarei, acredito em freguesia. Por isso tive um bom motivo para assistir a Fluminense X Cruzeiro no dia dos pais. Nos últimos anos, no que se refere a clássicos nacionais, a maior "freguesia" tem sido neste confronto (meu amado Fluminense não bate o São Paulo no Morumbi desde 84, mas pelo menos ganha no Maracanã; já o Cruzeiro perde pro Flu no Mineirão – os últimos dois duelos travados nos gramados de Minas Gerais foram 3x2 pro tricolor.).
O Fluminense estava estreando o novo treinador, Josué Teixeira, que tem sorte no jogo, pois comandou a equipe em alguns jogos em 2006 e ganhou todos. "Freguesia" à parte, a sorte ajudou ao Fluminense na última rodada do Brasileirão, pois o mal escalado time das Laranjeiras saiu de campo com mais três pontos.
Aos 23 minutos do primeiro tempo, escutava um comentarista de futebol de uma rede de TV aberta dizer que o clube carioca desempenhava um futebol fraco, e profetizar que o mesmo entraria em desespero em breve, pois o Cruzeiro “melhor na partida busca mais o gol e o Fluminense não tem jogada, não chegou nenhuma vez a área adversária”. Pois é...o caro comentarista vascaíno gosta de ver o Flu perder, e estávamos sim passando por uma fase ruim, mas com gigante não se brinca, e de gigante não se espera pouco! Em menos de dois minutos, o lateral esquerdo Marcelo, que tentava uma tabela com Tuta pela direita, viu o atacante cair, a bola que seria cortada bater em sua cabeça e o zagueiro adversário ficar com a sobra para cortar a tentativa de ataque. O garoto que saiu de Xerém para a Seleção entrou na área, passou pela defesa, roubou a bola, enganou o goleiro Fábio e chutou para o gol. Um a zero para o Fluzão!
O Cruzeiro estava a fim de estragar a festa dos tricolores e, minutos depois, a defesa do Flu falhou e numa jogada de escanteio o time da casa empatou. O primeiro tempo seguiu com este placar até o fim. Se quisesse vencer, Josué que entrou com uma formação 3-6-1 teria que mexer no time e no esquema tático.
O Fluminense voltou diferente para o segundo tempo; o armador Juliano deu lugar ao atacante Cláudio Pitbull. Quem mostrou mais eficiência no princípio do segundo tempo, no entanto, foi a Raposa, que virou o jogo aos seis minutos da etapa final. A equipe carioca precisava da vitória, principalmente em função da semana conturbada que viveu após a derrota para a Ponte Preta, na qual torcedores fizeram um papelão, embora tivessem motivo para tal. No lugar do zagueiro Thiago, entrou mais um atacante, o Beto, vestindo a camisa 18. A partida ganhou mais movimentação e o Fluminense passou a criar mais oportunidades de gol, até que aos 25 minutos, Roger recebeu um cruzamento da direita e concluiu. A conclusão saiu errada, mas a pelota morreu no fundo da rede (Típico gol que só "freguês" toma...) depois que o goleiro convocado por Dunga caiu e não alcançou a bola.
A partir daí, os dois times passaram a buscar a vitória (os dois tinham vencido pela última vez no dia 12 de julho, quando terminou o recesso marcado pela Copa do Mundo), da qual tanto precisavam. O Cruzeiro colocou mais um atacante e o Flu lançou Romeu no lugar de Ângelo. O jogo se encaminhava para um empate, ruim para as duas equipes, quando em jogada de Petkovic, que anda em baixa com a torcida tricolor, Cláudio Pitbull recebeu e finalizou - senti o gol, principalmente porque meu querido irmão disse que a jogada não ia dar em nada, ao mesmo tempo em que meu pai criticava o ataque do nosso time. Pitbull bateu, Fábio rebateu e Tuta marcou.
Depois da partida ficou claro que: a defesa do Fluminense tem que ficar mais atenta, para não tomar gols bobos e evitáveis; o meio de campo tem que ser mais criativo, levar a sério os treinamentos e criar mais jogadas; o Tuta tem que ficar dentro da área e não sair em busca do jogo, pois foi jogando assim que foi o artilheiro tricolor em 2005; além do nosso camisa 9, outro atacante tem que jogar como titular, alguém de velocidade, que canse a defesa adversária e ajude a criar jogadas que possam resultar em gol, de preferência o Beto; as revelações de Xerém têm que ser tratadas com carinho e seus contratos redigidos com cuidado, pois não adianta formar craques e só colher os frutos por seis meses, já que depois desse tempo são negociados com clubes árabes, russos, turcos, da terceira divisão de Portugal, etc.
De minha parte, fica a torcida para que o time melhore, ganhe confiança, conquiste resultados melhores e apresente o belo e glorioso futebol ao qual os torcedores das Laranjeiras estão acostumados - aquele que remete às palavras do mestre Parreira:
“ - Isso aqui é o Fluminense, é o Fluminense!”
Rita Sussekind, 14/08/06
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