O clássico de ontem, envolvendo Fluminense e Botafogo, poderia ter uma dinâmica e uma importância bem maiores do que as relacionadas ao atual momento dos dois times.
Embora distanciados na tabela, ambos têm marcado ponto na competição pela irregularidade: os de General Severiano, na parte baixa e, consequentemente, próxima da temida zona de rebaixamento; os de Laranjeiras, na parte alta, mas sem conseguir ultrapassar os atuais líderes, que também perderam pontos.
Outra questão importante é a de que trata-se do confronto de grandes times mais antigo do Brasil - efeito que, em outros países, provavelmente serviria para uma grande celebração, mas que diante do atual momento do futebol carioca, passou em brancas nuvens. Brancas, não, corrigindo: cinzentísimas. A chuva e o frio foram presença firme no domingo. Somando-se o ingrato horário de 18 horas, por conta da imposição televisiva, mais os percalços que hoje cercam um programa de futebol no estádio, entende-se o baixíssimo público para o jogo, de pouco mais de dez mil pagantes.
O jogo não foi realmente bom. Uma grande quantidade de passes errados marcou a partida, juntamente com um grande número de faltas e cartões amarelos. Ainda no primeiro tempo, a expulsão de Arouca logicamente enfraqueceu o Tricolor; por outro lado, o Botafogo não imprimia velocidade e qualidade suficientes para explorar o fato de ter um jogador a mais. Não seria nem o caso de dizer tratar-se de um jogo morno, pelo frio da temperatura e da pouc movimentação dos jogadores. Uma ou outra defesa, Fernando e Lopes pouco foram exidos - e o bom goleiro alvinegro andou hesitante em alguns momentos.
O segundo tempo não apresentou grandes modificações. As substituições feitas de ambos os lados não causaram efeitos de maior reação nos times. Embora Cuca tenha normalmente mais ousadia do que o comedido Oswaldo de Oliveira, este causou relativa surpresa ao sacar Petkovic - que sabidamente, é um jogador talentosíssimo mas, ultimamente, não tem mostrado regularidade. Mesmo nos dois jogos em que fez grandes gols, como contra Grêmio e São Caetano, Pet não foi regular. A entrada do outro Fernando, irmão de Carlos Alberto, hoje corinthiano, também não causou nenhum grande impacto.
O final não poderia ser mais justo. Ambos irregulares, Botafogo e Fluminense tiveram brevíssimos momentos de supremacia um sobre o outro, mas nada que pudesse justificar vitória. Empate merecido, e que faz pensar: será mesmo o Tricolor candidato ao título? Poderá mesmo o Botafogo reagir e subir na tabela? É o que esperamos; contudo, feito São Tomé, precisamos ver para crer - no caso, um futebol razoável e consistente.
Paulo Roberto Andel - 31/07/06
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