Friday, March 19, 2010

UBERABA 0 X 2 FLUMINENSE (17/03/10)


MAIS:

AMÉRICA 1 X 1 FLUMINENSE/ FLUMINENSE 2 X 0 CONFIANÇA


CONTRASTES (18/03/2010)

Meus amigos, passou uma semana e o Fluminense viveu contrastes a valer desde a maravilhosa partida contra o Botafogo – dez dias, com maior exatidão. Embora os resultados matemáticos não tenham deixado a desejar, fica no ar a dúvida que parecia ter sido dissipada contra o Alvinegro, mas não foi. Uma partida contra o modesto, mas arrumado, Confiança de Sergipe e uma vitória sem viço, mas que nos classificou para a próxima fase da Copa do Brasil; a seguir, o empate contra o América no Engenhão, numa partida em que o Diabo foi predominante e que resultou em nossa perda de liderança na chave; para terminar, a boa vitória contra o Uberaba, no Triângulo Mineiro, com uma boa atuação, grandes gols e a perda de Fred. O próprio Fred pode ser um estimador dos contrastes aos quais me referi. De formas diferentes, ele foi personagem dos três jogos, em papeis diferentes e um futuro que nos preocupa.

Uma vitória expressiva no clássico contra o Botafogo era a esperança de engrenar rumo a disputa de títulos neste primeiro semestre. No campeonato estadual, principalmente: afinal, o Botafogo já é o grande finalista da competição. Mas o que se viu nos jogos contra o Confiança e o América foi de preocupar. Na partida pela Copa do Brasil, o time parecia lento, sem espírito de competição, relaxado como se parecesse que a qualquer momento poderia aplicar uma goleada, e sabemos que não é assim no futebol de hoje. De toda forma, o que se viu foi um caminhão de gols perdidos, mesmo que o time não se aplicasse tanto. Ressalte-se a excelente atuação do goleiro Pantera. Mas os sergipanos não se limitaram a ficar atrás: também tentaram o gol algumas vezes e quase conseguiram. Por todo respeito que o Confiança mereça, o fato de só termos chegado ao gol depois de quase uma hora de jogo mostra bem o quanto nos enrolamos com nossas próprias pernas, na tradicional jogada ensaiada em que Conca – para variar, nosso melhor homem em campo, bem diferente da apatia do time, especialmente no segundo tempo – rola uma cobrança para um chute de Fred. Tiro forte e rápido, que pegou Pantera de surpresa. E seria o magro escore de um a zero que nos classificaria, não fosse um gol de cabeça de Fred nos últimos suspiros do jogo, facilitado pelo cansaço dos homens do Confiança: depois do cruzamento no escanteio, sequer subiu para cabecear: estava livre e tocou no canto direito do goleiro. Claro que o artilheiro merece os parabéns, mas a tarefa foi facilitada. Menos mal: a vitória veio e, com ela, a classificação, ainda que num Maracanã vaziiísmo e de ingressos caros, protesto que todos já devem estar habituados.

Então, veio o jogo do Engenhão, contra o América. É certo que fomos prejudicados pelo fato de que Fred, com um minuto de jogo, levou cartão amarelo desnescessariamente do árbitro Índio – com isso, o artilheiro passou a ter problemas em todas as jogadas, com medo de ser expulso; mais tarde, errou por conta da má atuação mesmo. Índio resolveu torcer a partida de vez aos quinze minutos ao expulsar Everton e Jones. Nosso volante nesta partida era prioridade para conduzir a bola na meia-cancha. Mas o que realmente comprometeu nossa atuação foi a ausência de Darío Conca, expulso no clássico de domingo: sem o argentino, além da perda de um craque que pode resolver num lance individual, o Fluminense fica completamente desprovido de ligação entre defesa e ataque com qualidade. A isso, some-se o fato de termos jogado com três zagueiros, o que aumenta ainda mais o hiato no meio-de-campo. Ainda assim, conseguimos um gol numa boa trama que resultou na finalização de Marquinho. Antes disso, sentimos uma bola em nosso travessão na cabeçada do ex-vascaíno Claudemir. Depois, o América empatou com toda justiça, num belo gol de Júnior, com grande categoria, fuzilando o canto esquerdo de Rafael em chute de fora da área. O empate decretou nosso caminho para não vencer a partida, mas abriu caminho para o América, que esteve muito mais perto do tento na segunda etapa e, fosse a justiça, deveria ter vencido – principalmente no nosso excelente goleiro Rafael ia engolindo um frango histórico, ao deixar a bola escapasse do meio de suas mãos e tocasse na trave. Ao menos, mesmo jogando mal, o time não teve a postura acomodada da partida anterior, contra o Confiança. Mas foi muito pouco para quem almeja o título do Rio. Outra coisa que poderia ser boa, mas só foi ótima na partida seguinte, como veremos a seguir, foi a volta de Alan, aos poucos, ao time. O menino não se destacou na partida contra o Diabo, mas é coisa da idade. É preciso ter paciência.

Assim, depois de duas partidas sem qualidade, mas com boa pontuação (ou, ao menos, relativa), estava de novo o Fluminense em campo para a primeira partida contra o Uberaba, novamente pela Copa do Brasil. Conca estava de volta e, com ele, o bom futebol do time, finalmente. Uma boa partida, uma boa atuação e a classificação assegurada para mais uma fase, agora contra o vencedor do confronto entre Ponte Preta e Portuguesa. Nem mesmo a preocupação com a normalmente exótica arbitragem de Roman nos preocupou. Só o que não mudou foram os contrastes. Fred, que não vinha vem e errou alguns lances, numa jogada boba da tradicional ensaiada com Conca, se machucou e saiu de maca. Alan, que há muito merecia uma grande jornada, fez um belo gol na primeira etapa, com o seu tradicional arranque e arremate preciso; no segundo, um gol de placa, maravilhoso, em lindo chute de primeira após excelente cruzamento e drible de Mariano, com a bola morrendo no canto baixo esquerdo do goleiro, merecendo portanto a condição de destaque das partidas. Não acho que Alan devesse ter sido sacado do time apenas por conta daquele pênalti contra o Vasco, mesmo com as excelentes atuações de Wellington Silva. Trata-se de um ótimo jogador e o melhor finalizador dentre os nossos jovens atacantes. Depois do golaço de Alan, o Fluminense passou a cozinhar em banho-maria um jogo praticamente decidido, que nada tem a ver com a apatia contra o Confiança. E, ao menos, depois de minutos e minutos, a promessa de um bom futebol, como o liderado por Conca, que faça chuva ou sol, é garantia de bons lances e muita raça.

O temor agora é pela contusão de Fred. O artilheiro é vital para nossas pretensões futuras. Tem futebol de sobra e vai recuperar a fase. Precisamos de Fred no ataque e seus grandes gols. Ao menos, na ausência dele, ao contrário do que alguns queriam, fica claro que Alan é uma ótima opção. Não se pode queimar o garoto por causa de um pênalti perdido. Grandes craques da imprensa já perderam Copas do Mundo nos pênaltis e não foram alijados do futebol por isso.

E precisamos de estabilidade nas partidas. O Fluminense que precisa prevalecer é o dos jogos contra o Botafogo e o Uberaba. O Fluminense do ataque, do toque de bola, do ímpeto. Aquele dos jogos contra Confiança e América, melhor esquecer. De toda forma, uma partida domingo contra o Resende e, em seguida, uma semana de treinos. Espera-se, finalmente, o start definitivo do Tricolor no ano de 2010.

Paulo-Roberto Andel, 18/03/2010

1 comment:

Lau Milesi said...

Como sempre,linda, perfeita e colorida crônica.[rs] Parabéns!!!
Minha preocupação é o ataque. Sem Maicon e o Fred...só faremos uns 2.

Um beijo da sua leitora tricolor
Lau