Friday, March 30, 2007

A chama infinita

O futebol não tem magia e fascínio à toa. Quando menos se espera, surgem guinadas para cima ou para baixo; o favorito pode ser desbancado pelo azarão que corre por fora da raia.

Terminada a rodada de domingo passado, todos imaginariam que o meio de semana teria destaque absoluto pela iminência do milésimo gol de Romário. Viria a partida contra o Americano e o mundo congelaria vistas para enaltecer um dos maiores jogadores da história. Acontece, porém, que o futebol tem sempre uma vertente, uma saída.

Esqueceram-se do Fla-Flu. Deixaram o Fla-Flu à míngua. Compreendo que parte disso adveio da má campanha dos flamengos na Taça do Rio, em contrapartida à trilha da Libertadores, somada ao péssimo trajeto Tricolor em 2007. Como agravante, um clássico no meio de semana, quando o esperado é sempre na tarde dominical.

Domingo encerrado, mantido o jogo do Vasco no estádio de São Januário, Romário não atuou e o gol mil foi adiado. Aos vascaínos, coube um insosso empate sem gols e maiores emoções contra o time do falecido Caixa.

Quinta em riste, os irmãos Karamazov do futebol brasileiro encontraram-se mais uma vez. Tem sido assim desde antes do Big Bang, será depois do fim do mundo. Nelson foi perfeito: o Fla-Flu é eterno, o Fla-Flu não vai morrer jamais.

Não gosto de ver este clássico com vazios nas arquibancadas. Nenhum clássico, aliás. Difícil acostumar com isso. Mesmo assim, bandeiras dos dois lados tremulavam firmes, crentes numa vitória salvadora: tanto um lado como o outro precisava dos três pontos como fosse um balão de oxigênio para a sobrevivência.

O jogo começou com toda a força do Flamengo, dominando as ações, embora a partida estivesse muito mais para a correria do que propriamente a qualidade técnica. O Tricolor levou quinze minutos para ameaçar a meta de Bruno, através de uma cobrança de falta do lateral Carlinhos. Pouco, em se tratando de enfrentar a Gávea.

A supremacia flamenga foi registrada na meia hora de jogo. Aconteceu um bom cruzamento de Roni, raro, e Souza fez seu primeiro gol vermelho e preto utilizando-se dos pés – até ali, somente gols com cabeçadas. Ainda houve tempo para uma chance de gol desperdiçada quase aos quarenta, pelo jovem capixaba Cícero, e o Fluminense parou nisso. O jogo foi movimentado, mas carente de sofisticação técnica.

Veio o intervalo.

Mal começou o match, o Tricolor chegou ao empate. Carlinhos cruzou bem e Cícero chegou complementando dentro da área, sem chances para Bruno. Dali em diante, foi possível ver uma melhora no padrão das equipes, com menos erros de passes, alguns dribles e ainda muita velocidade.

Apesar do empate de Laranjeiras, a Gávea manteve a supremacia no ataque, perdendo vários gols. Dois foram gritantes. O primeiro, com a cabeçada de Ronaldo Angelim e a bola no travessão, após escanteio pela esquerda do ataque – gol que, se acontecesse, aumentaria o rol de falhas do goleiro Fernando, que ficou apenas olhando a jogada. Segundo, chute de Renato Augusto que bateu na trave direita – no rebote, aí sim Fernando fez bela defesa.

Então, havia o clima de que o empate seria uma realidade, e os irmãos Karamazov morreriam juntos, abraçados. A poucos minutos do fim, uma inacreditável furada do zagueiro Irineu deixou o veterano Alex Dias de frente para o crime; entretanto, após invadir a área, chutou para fora.

Poderia ter sido o fim.

Mas um Tricolor sabe que os jogos contra o Flamengo não acabam nem com o apito do juiz. Empatar ali seria o adeus. Alguns devem ter lembrado de Renato, de Assis, das coisas do último minuto do jogo.

Na última jogada da partida, Alex recebeu um passe pela direita da área flamenga. Cruzou esplendidamente, de primeira. A bola chegou na direita da pequena área, onde Cícero arrematou de bate-pronto. Bruno ainda foi na bola, mas foi inevitável. Um golaço Tricolor, com a sina do último minuto, do apagar das luzes. Cícero refez Assis, Renato, os gigantes da última volta do ponteiro.

Tecnicamente, o jogo esteve longe da sua tradição. Entretanto, jamais se pode desprezar um Fla-Flu: mesmo que não valha nada em termos de classificação, sempre nele terá a história de um Brasil em campo. O Fla-Flu é chama infinita.

O Flamengo aguarda seu adversário da grande final. O Fluminense sobreviveu, sem ajuda de aparelhos, respira bem e, se a sorte lhe bafejar, pode arrancar para a Taça do Rio.
Não há outra chance. É agora ou nunca.
Romário fica para depois.

Paulo Roberto Andel, 30/03/2007

Milhões e milhares

Passamos dias de tensão de diversos tipos, com tentativas de assalto, expectativa de milésimo gol, classificação na Libertadores, bola na trave mais comentada que gol, provocações, sustos, entre outras coisas.
Pelo menos o verão terminou, só falta o calor saber disso e ir hibernar até chegar sua temporada na parte de cima do Equador.
Como não pude falar na última semana vou tentar ser breve sobre os assuntos acima listados.
Inicialmente quase fui desta para melhor com minha família, o que me deixou mais assustado com a violência que me afasta a cada dia mais do meu querido balneário, que tem muitos problemas que os eleitos não querem resolver. Com isso não pude acompanhar como gostaria a rodada onde o Rubro-Negro, com seus reservas, perdeu para o Volta Redonda, o Tricolor sucumbiu diante do Glorioso e Romário marcou mais três na sua busca enlouquecida para ser lembrado como Pelé.
Na quarta-feira, o Flamengo conseguiu vencer o Paraná pelo torneio intercontinental e carimbou o passaporte para a segunda fase da competição. Pessoalmente acredito que a equipe chegará até a terceira fase, quando deverá ser eliminada. Espero estar errado. Também Romário mandou uma bola no travessão do Gama e passou em branco na partida contra o time da Capital.
Chegamos ao final de semana do Clássico dos Milhões, onde deveria ser marcado o milésimo gol do artilheiro. Festa no Maraca, local onde se fez a ainda se faz História no Futebol. Estádio relativamente cheio, com pouco mais de 43 mil pagantes, prestes a assistir a repetição do evento de 37 anos atrás. A equipe Cruzmaltina, melhor campanha da competição, contra o Rubro-Negro, campeão da Guanabara, com seu time titular. Maiores rivais em campo, torcidas excitadas, apenas com um senão: o horário. Até o final dos anos 90, as partidas cariocas começavam às 17 horas, horário tradicional. Com a entrada da TV, os jogos passaram a se iniciar uma hora mais cedo, para agradar o publico paulista e os principais jogos sendo iniciados, depois das 18 horas, o que afasta torcedores do estádio e aumenta a quantidade de vendas dos pacotes pay-per-view.
A partida se inicia com o Flamengo melhor, porém não era dia para o Rubro-Negro vencer e o Vasco conseguiu equilibrar a partida e abriu o placar no final da primeira etapa com um belo gol de Leandro Amaral. Veio o intervalo e, logo após o reinício da partida, Abedi ampliou o marcador e criou-se a expectativa do milésimo, que agora viria acompanhado de uma goleada sobre o maior rival e atual grande algoz dos vascaínos. Leonardo ‘Cabelo Inominável’ Moura ainda tentou ajudar sendo expulso e expondo ainda mais a equipe.
Aos 33 minutos, veio o 999º, em jogada pela direita que Romário concluiu com a habilidade que ele nunca perdeu.A festa estava pronta, do mesmo lado em que Pelé – com apenas 29 anos - marcou o seu milésimo gol, Romário – aos 41 – esperava igualar o feito. Os presentes no estádio também aguardavam.Pouco ocorreu até os 43 minutos quando o goleiro Bruno se tornou o Nildo de Romário, salvando o que seria o milésimo tento do atacante, deixando que a marca seja alcançada contra o próximo rival do baixinho, possivelmente o Glorioso.
Para o Flamengo, o alívio por não ficar na história; para Romário, mais tempo para aproveitar o marketing sobre o assunto.
Entre mortos e feridos todos se salvaram.
Abraços.
Alexandre Machado, 26/03/2007

Mais um passo na estrada

Senhores, o que de mais importante aconteceu ontem no Maracanã deveu-se à afirmação rubro-negra. Há mais de vinte e cinco anos, desde a tomada da América pelos flamengos, a Gávea vive toda sorte de expectativas quando surge pelo caminho a cobiçada Libertadores.

Não são mais tempos de Zico, Leandro, Júnior, tantos outros craques. A realidade técnica é outra, assim como o mundo. Entretanto, o gosto da América ainda está nos lábios rubro-negros, tanto quanto um beijo inesquecível da mulher amada.

A priori, sabia-se que o grupo do Flamengo não apresentaria maiores temores de natureza qualitativa. A rigor, apenas a tradição de confrontos contra o Paraná poderia ser motivo para maior atenção, dado que o boliviano Potosí e o venezuelano Maracaibo não são times do quilate da Gáeva. Houve o absurdo na altitude, mas passou. O Flamengo venceu ontem um rival tradicional na competição pela segunda vez no grupo e, se não tem um elenco que ofereça maravilhas, está bem ajambrado especificamente no certame sul-americano (com especial participação mexicana), tendo conquistado a classificação à próxima fase com garbo.

O primeiro tempo foi bastante equilibrado, sem maiores oportunidades de abertura do placar. O Flamengo perdeu alguns poucos gols: um, marcante, no começo, quando Souza entrou livre e chutou cruzado para defesa do veterano goleiro Flávio. No meio do tempo, Renato e Juninho também desperdiçaram. O Paraná, fora de casa, não parecia tão ameaçador, sem imprimir nenhuma forte pressão contra a Gávea.

Ao final do primeiro tempo, o Rubro-Negro safou-se de perder um jogador. Juan, que já tinha sido advertido com cartão amarelo, cometeu uma falta dura e desnecessária na intermediária que, em tese, o tiraria do jogo coma expulsão. O experiente árbitro Simon fez vista grossa, para alívio flamengo.

O segundo tempo, o Maracanã esquentou. O Flamengo imprimiu velocidade no jogo, utilizando bastante Renato Augusto e municiando permanentemente Souza, que esteve em má jornada, com cruzamentos. A massa flamenga, nervosa, entoava coros de saudação ao contundido centroavante Obina.

Chances foram surgindo. Flávio aliviou alguns sustos dos paranistas. Aos doze minutos, Juan cabeceou a bola na trave; na seqüência, Juan novamente não conseguiu marcar, dada intervenção do goleiro paranista. E, talvez em breve reação, foi o Paraná que perdeu um gol, com Josiel acertando a trave do goleiro Bruno. Contrapartida, mais cruzamentos rubro-negros, sem nenhuma maior ameaça ao gol do Paraná.

Em seguida, o treinador Ney tentou modificar o jogo ao colocar o atacante Leonardo no lugar do pouco inspirado Roni. Os paranistas também mexeram, e o emprestado atacante Vinícius Pacheco também adentrou gramado.

O jogo ficou veloz, mais disputado, com ligeira superioridade rubro-negra. Entretanto, o tempo foi passando, nenhuma chance concreta surgia e a torcida deve ter sentido uma das piores sensações de arquibancada: a do zero a zero.

Quando alguns poucos torcedores antecipavam a volta para casa, descendo os degraus aos poucos, o Flamengo insistiu mais uma vez com a tônica de seu jogo ontem: o cruzamento. Leonardo Moura alçou bola da direita, precisa, lancinante. Souza, que tinha tido uma atuação pífia, cabeceou com precisão, venceu Flávio e inaugurou o marcador, a cinco minutos do fim. Gol derradeiro e definitivo, dando números finais ao jogo. O centroavante correu indignado para a torcida, que tem sido sua marca de comemoração, tentando responder aos gritos que a massa dera ao saudar Obina. Nada de mais. A massa estava certa. Souza estava mal. Quando acertou, foi ovacionado. Assim é o futebol.

A jornada não marcou pelo brilhantismo, mas o gol emocionante no final e a importância da classificação antecipada tiveram sabor especial. O Flamengo está de volta às Américas. Não há mais Zico, sabemos. Mas a mística está firme, reforçada.

Na fase final, sabemos ser a Libertadores mais complicada. Ontem, entretanto, desde muito tempo atrás, o Flamengo foi Flamengo com letras maiúsculas. E não me surpreenderá se, com o time esforçado que tem, chegar longe na competição. Ou mesmo ao topo.


Paulo Roberto Andel, 22/03/2007

Tuesday, March 27, 2007

O jogo Centenário

As atuais circunstâncias do campeonato do Rio de Janeiro causam curiosidade, uma vez que qualquer partida no chamado “torneio de tiro curto” é de importância vital para os times na competição. Assim foi ontem.

Returno, primeiro clássico, Tricolor e Alvinegro frente a frente. O jogo centenário.

Botafogo e Fluminense ajudaram a estabelecer os paradigmas do futebol brasileiro em seus primórdios, e já podemos trazer a corda para o lado de Laranjeiras – o Fluminense, já com dois anos de vida quando o Botafogo nasceu. Houve um século, e tudo mudou nesta terra, muitas coisas e muitas gentes passaram, menos aquelas camisas, que têm duelado uma bela esgrima futebolística desde muito antes dos tempos do Onça. Dessa forma, qualquer encontro entre os dois tem algo de centenário, de tradicional e definitivo. Não à toa, apelidam o confronto de “clássico vovô”, o mais antigo do melhor futebol do mundo.

Com os resultados da rodada anterior, poderia haver um favoritismo botafoguense: vinham de uma goleada antológica sobre o Friburguense, ao passo em que os Tricolores andaram rateando contra o time de Cabo Frio. Entretanto, no gramado, o primeiro tempo foi de grande equilíbrio. As oportunidades surgiram para os dois ataques, que mostraram fraqueza nas finalizações. Nisso, o Tricolor foi pior: afinal, aos trinta minutos, teve a seu favor um pênalti, cometido em cima do esforçado atacante Soares. Para cobrar, o craque, Carlos Alberto. Aconteceu o fracasso: embora a cobrança tivesse sido feita com firmeza, o jovem goleiro Júlio César foi preciso e espalmou a bola vinda no canto direito, salvando a meta alvinegra. Carlos Aberto é ótimo jogador, mas não é Assis, Delei, Paulo César. Outras chances, não tão evidentes como um pênalti, aconteceram antes: o próprio Botafogo, no início do jogo, perdeu quase duas jogadas de área seguidas com o brilhante Dodô.

Apesar do baque que qualquer pênalti perdido gera, o Tricolor manteve-se no ataque, sem ameaçar drasticamente o Botafogo. E terminou a primeira etapa.

O segundo tempo foi tomado por ares frenéticos. Cada um dos times perdeu o que se chama de gol feito, e seguidamente. O Botafogo, aos cinco minutos, num chute de Jorge Henrique e defesa do goleiro Fernando; o Fluminense, no minuto seguinte, com Soares chutando por cima do travessão.

A velocidade passou a imperar na partida, com espaços em ambas as defesas. Embora passasse a falsa impressão de certo domínio do Fluminense, o que ocorreu na verdade foi a inteligência alvinegra em perceber que o adversário subia com generosos espaços na retaguarda, e passou a explorar isso, causando temores aos de Laranjeiras.

Aos quinze minutos, novamente Soares perdeu um gol pronto, driblando a defesa botafoguense e, mais uma vez, chutando por cima do travessão. Mau presságio, pensaram os homens da arquibancada colorida. Estavam certos. Agouro a caminho.

Diguinho, jogador querido de General Severiano, mas de escassos recursos, resolveu experimentar um chute da intermediária, longa distância. Acertou o canto esquerdo de Fernando, num lance que para mitos pode ter sido um “frango’, dada a distância. Não havia um Castilho, um Paulo Victor, um herói capaz de evitar o drama debaixo das traves. E aconteceu o gol botafoguense, o gol do martírio Tricolor. As arquibancadas alvinegras tremeram de emoção, embora não cheias de torcedores, conforme seria justo e necessário.

Nos vinte minutos restantes, o Botafogo soube jogar com astúcia, esperando o desesperado Fluminense e mantendo sua política de contra-ataques, cozinhando o jogo e saindo velozmente quando preciso. A rigor, a única ameaça Tricolor aconteceu a poucos minutos do fim, quando Alex Dias, experiente, mas com atuações alternadas desde que chegou a Laranjeiras, chutou rasteiro, para nova defesa de Julio César.

Os botafoguenses vibraram com razão. Os seis pontos nas duas rodadas credenciam a briga para uma vaga nas semifinais e a tão sonhada decisão do campeonato. O Tricolor chora, lamuria. Não teve o que se pode chamar de má atuação, mas pecou no ataque e não reuniu forças para reagir a um gol que, pela natureza do lance, especificamente, foi inesperado na ocasião.

Não cabe buscar culpados pela derrota, e nem é o caso. Contudo, se Fernando e Carlos tivessem buscado inspiração em seus antecessores do manto Tricolor, talvez a situação tivesse sido outra.

A verdade é que o Botafogo segue firme. O Fluminense, com os pés no cadafalso.

Paulo Roberto Andel, 19/03/2007

Saturday, March 17, 2007

Rodada dupla

Maracanã sem águas de março, um calor diabólico e reforçado pelo horário das quatro da tarde. Antigamente, os jogos eram às cinco, mas a transmissão televisiva venceu, e ficamos igualados a São Paulo. Os mais antigos lembram de clássicos aos sábados, e às três da tarde. Eu compreendo, mas tenho bom argumento: no passado, a cidade era bem mais humana – e fresca, no sentido climático da palavra. Milhões de edifícios depois, falta de circulação de ar, efeito estufa e outras tantas mazela, eis o que nos espera por agora.

Tenho simpatia pela rodada dupla. Outrora, tínhamos as velhas e boas preliminares. Inicialmente, os aspirantes; tempos depois, os juniores. Eram as fontes de alimentação dos times. Hoje em dia, ninguém mais sabe dizer o nome do camisa dez do time de baixo – e ele, o dez, talvez nem chegue a vestir a camisa de cima. Então, nos tempos do Caixa, acabaram com as preliminares no Maracanã, mediante alegação de que dois jogos seguidos estragavam a grama. Alguém riu, muitos acreditaram. Ficou valendo. Chegar no Maracanã e sentir o vazio do silêncio tem seu charme, seu encanto, mas o bom mesmo é ter aquele jogo antes, com as provocações, os gritos, a festa. E a rodada dupla traz alguns benefícios. Um, que é o de melhorar um pouco as combalidas rendas, trazendo duas torcidas em vez de uma. Outro, porque mesmo não havendo um clássico, as torcidas se enfrentam – naturalmente, bom, quando não há violência. Ainda há uma pequena contribuição, a de que, paulatinamente, os torcedores belicosos acostumem-se com os tempos, com a convivência dos diferentes, outra torcida, tudo. Sempre é engraçado quando a torcida do primeiro jogo, normalmente mais escassa, aglomera-se para simbolizar uma “organizada” e fazer coro com mais força, “secando” o rival na partida de fundo.

Debaixo do equatoriano solar, começou Botafogo. E colocou fogo mesmo. Com quase quinze minutos, o Botafogo já vencia por dois tentos. Vencia com autoridade, descendo as águas caudalosas do triunfo. O time de Friburgo só olhava, mal reagia, nem apelava para o expediente das pecaminosas faltas, felizmente. Ao final do primeiro tempo, ainda teve tempo para mais um gol. Foram três: Túlio, o bom Lúcio Flávio, o também bom Zé Roberto. Faltava o artilheiro Dodô em campo, com sua categoria, suas finalizações precisas, encantadoras. Mas o alvinegro seguiu impávido como se completo estivesse. Não tomou conhecimento da Serra. Digo que três foram poucos. Poderiam ter sido mais.

Quem pensou que o Botafogo estava para brincadeira, e que viria para cozinhar o jogo, enganou-se. Adentrou gramado feito um leão indomável de arena, querendo sangue do desafiante. É certo que o jogo estava ganho, mas o placar não era definido. Aumentou muito. E como.
Quinze minutos da etapa final, gols de André Lima e Zé Roberto, novamente. Cinco a zero, impiedosos, indiscutíveis. Depois, mais quinze minutos de calmaria, até que no terço final a goleada aumentou.Mais um gol de André Lima e outro, lindo, de Túlio, numa finalização esplêndida.

É preciso exaltar o time de General Severiano. Dedicaram-se, correram muito, disputaram a bola feito prato de comida, mesmo com o jogo ganho. Surpreendeu-me, por outro lado, a apatia de Friburgo – sempre trazem equipes mais do que dispostas, aguerridas, e o time serrano foi apático. Junte-se a força de um, mais a inércia de outro, a goleada é o resultado.

Jogo encerrado, e alguns botafoguenses apinharam-se num reduzido espaço da arquibancada verde, para malversar o Tricolor.

Foi em vão.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

O Tricolor entrou para encarar a Cabofriense, adversário que, nos últimos anos, tem causado agruras a Laranjeiras.

Antes do jogo, um grande momento. A torcida saudou carinhosamente Marcão, ídolo Tricolor, símbolo de raça e valentia por quase uma década, demitido erroneamente pelo antigo treinador Gusmão. Foi o grito que mais ecoou em todo o estado na tarde esportiva de ontem. Marcão. Marcão.

As coisas se complicaram inicialmente. Dezessete minutos, William ajeitou e bateu cruzado, fora do alcance de Fernando. Cabo Frio saiu na frente. E não se via no Fluminense, até então, a raça, pedida pela torcida nas arquibancadas. O gol serviu de agressão, e viemos para a frente, mesmo que carentes de uma maior organização. Doutro lado, os alvinegros restantes vibravam.

Foram quinze minutos de relativa pressão, até que num cruzamento, Cícero fez excelente pivot e Alex Dias encheu o pé para empatar o match. Jogávamos com raça, mas não exatamente bem, como devido.

Finalmente, veio o gol que já estava escrito, para salvar a tarde do estádio. Quase aos quarenta, Alex acertou um lindo drible no zagueiro dos Lagos e fuzilou o ângulo esquerdo de Gatti, que não é ‘El Loco”, o veterano argentino de La Bombonera. Um chute espetacular, que amansou as coisas e permitiu a descida tranqüila para o intervalo.

Joel testou Lenny no meio, e surgiram algumas boas jogadas, além de uma bola na trave. Ao colocar Carlinhos, reparou a injustiça de tê-lo sacado. No primeiro chute, o lateral acertou um petardo, no meio do gol, sem chance para Gatti, e sacramentou a vitória. Três a um.

Não foi uma grande exibição, e mínima diante da preliminar botafoguense. Foi um resultado para o gasto, para as necessidades. No saldo da tarde, o Botafogo foi continental, e nós, pequena ilha rudimentar.

Entretanto, domingo, enfrentam-se Botafogo e Fluminense.

E então poderemos ver que realmente tem a lenha para queimar, e incendiar o campeonato.
Será um jogo sem rodada dupla. Sem preliminar. Mas a partida de fundo já diz tudo. O clássico centenário do Brasil. O Glorioso e o Tricolor. Quem viver, verá. Quem morrer, também.
Paulo Roberto Andel, 12/03/2007

Futuro incerto

Nada como um dia após o outro! Depois da ressaca pela conquista da Guanabara, neste deserto que virou o Rio de Janeiro d’El Niño, o Flamengo joga em um sábado às 20:30h contra o possante Nova Iguaçu, de quem o Rubro Negro nunca venceu. Realmente não nem ouvi o jogo, apenas soube o placar e li algumas notícias sobre o embate entre o laranjas e o time da nação no Maracanã. Algumas notícias relatam que Leonardo, autor dos dois gols, foi muito bem, o que não deixa de ser uma boa nova nestes tempos sem Obina e com Roni e Souza.

Como está classificado para a final do estadual o Flamengo agora está focado diretamente na Libertadores da América com pretensões de vencê-la, mesmo sabendo que não há mais Zico, Adílio, Tita , Leandro, Junior e outros, mas se o Internacional foi campeão com o time que tem e depois conquistou o Japão, por que não com Souza e Roni?

O grande jogo do sábado aconteceu em Barcelona entre o time catalão e os merengues. 3 a 3. Ataques operantes e defesas horrorosas, tudo o que um torcedor alheio gosta.
Já que pouco posso falar dos embalos de sábado à noite, vamos falar sobre o domingo. Teve rodada dupla com muitos gols no Maracanã, mas isso é assunto para Andel, teve goleadas dos clubes V (Vasco e Volta Redonda) com direito à 3 gols de Romário, e o que realmente me chamou a atenção: o clássico Sansão, disputado na Vila com muito calor no início, uma tempestade no meio e muita emoção no final.

Prestei atenção ao jogo paulista, pois ali estavam dois dos principais potenciais rivais rubro-negros em fases futuras do torneio continental. Fiquei muito feliz pela armação tática dos dois times, contudo ambos têm problemas sérios nos seus ataques: falta um finalizador, tal como foram Messi e Van Nistelroy na Catalunha ou talvez Leonardo no sábado e Romário no domingo. A partida foi excelente, com grandes defesas de Ceni e Costa, gol legal anulado e gol ilegal validado (ah! a lei da compensação).

Quando o Flamengo derrotou o Vasco em julho de 2006 e conseguiu voltar à Libertadores disse para alguns amigos: “torço muito, mas não acredito que este time consiga passar da terceira fase da competição”. E assistindo a essa partida vejo que minhas previsões não estão muito longe do que pode acontecer.

Com a sorte de estar em um grupo com Potosí e Maracaibo, não haverá dificuldades de classificação para a segunda fase. Aí começa o problema. Ao final das duas primeiras rodadas, o Flamengo era o sexto lugar entre os classificados, o que determinava que disputasse a vaga com ninguém menos que o Boca Juniors, que terá ou já tem Riquelme em seu elenco. Imaginem o time com Roni e Souza jogando na Bombonera lotada em uma noite de quarta-feira contra um Boca? É de arrepiar!

Ainda há o Internacional que fez uma preparação mais demorada mas tem grandes problemas no banco, pois Abel Braga inspira tanta confiança quanto fala.

Aparece então outra dúvida: o campeonato nacional começa em 13 de maio e acaba em dezembro e a Libertadores termina em julho. Se a prioridade é o certame internacional como estará a cabeça do time em caso de uma eliminação em junho?

Como em futebol quase nada é impossível, o Flamengo de hoje, embora seja o melhor dos últimos cinco anos, pode até chegar longe na disputa da América, mas não chega nem perto de repetir o feito de Zico e seus black-red caps do início dos anos 80.


Alexandre Machado, 11/03/2007

Abraços.

Dá cá

O verão continua, com mais sol do que deveria, depois de um janeiro inteiro de chuva, fevereiro escaldante e as águas de março que insistem em não dar as caras por aqui temos a ‘finalíssima’ da taça GB. Embate entre David e Golias, com vantagem para o pequeno Madureira que acertou a pedra com o chute de Maicon no domingo.

Alfredo Sampaio com problemas para escalar a equipe, não podendo contar com sua dupla de ataque titular, Papel com o pé fraturado e Marcelo suspenso. Ney Franco insistindo em manter a equipe que foi inútil na primeira partida, mesmo com a pressão da torcida depois da inoperância dominical. Sampaio optou por ser mais cauteloso e colocou Neto no meio campo, deixando apenas Fabio Jr na frente na esperança de se aproveitar da necessidade de atacar do adversário.
Desta vez a torcida decidiu comparecer em plena quarta-feira às 10 horas da noite e apenas um mês depois da morte de João Hélio, mostrando a força que uma partida destas teria se disputada em um sábado no final da tarde, como nos principais países do mundo. Mas como a televisão é quem tem o dinheiro e manda, os clubes obedecem. Quem mandou serem tão mal administrados!

A partida tem seus atrativos: depois da conturbada arbitragem do primeiro jogo criou-se uma grande expectativa sobre o novo árbitro Marcelo ..., que também foi assaltado com sua família enquanto ia para o estádio, mas conseguiu sair ileso; outro ponto seria verificar se o Flamengo se portaria como um grande time e se o Madureira teria maturidade suficiente para conseguir sustentar a vantagem.

O início do jogo foi alucinante, o Flamengo partiu para cima e conseguiu com menos de 2 minutos abrir o marcador. A torcida ainda comemorava quando o time de amarelo empatou a partida no minuto seguinte fazendo a alegria da torcida arco-íris carioca. Mas quando o assunto é Taça GB nunca deve-se subestimar a Nação Rubro-Negra e dez minutos depois a fatura estava liquidada, com 3 a 1 para o Flamengo. Veio o segundo tempo e todos esperavam apenas o apito final do árbitro, porém Odvan, de quem falarei mais adiante, fez dois favores ao Flamengo: um pênalti e contundiu Claiton, principal desejo da torcida neste início de ano.

Odvan foi a figura da decisão. No lance do primeiro gol ele fez um pênalti quando, tal qual o excelente meio de rede Gustavo da seleção de Bernardinho, ‘bloqueou’ o cruzamento de Renato com as mãos e a bola sobrou para Souza encobrir Ewerton. No terceiro gol ele tabelou com Renato Augusto e deixou o atacante rubro-negro sair de pelo menos 5 metros atrás dele e chegar na bola e marcar. E concluiu a sua atuação desastrosa com o lance com Claiton.

O Rubro-Negro lembrou que é um time grande e jogou como tal, teve empenho suficiente para mostrar que não é por acaso que é o maior campeão da Taça GB. Devemos lembrar que uma conjunção de fatores o classificaram para a final: O Botafogo conseguiu perder para o Boavista e ser eliminado e o Vasco disputou a semi-final contra o Flamengo apenas porque empatou com o Fluminense no final da partida. Sorte de Campeão.

O Madureira não foi competente para assegurar a vantagem e o time da Gávea lembrou que é grande e jogou como tal, fazendo a alegria dos 57 mil pagantes daquela noite e dizendo ao time do subúrbio ‘Dá Cá’ meu troféu. Ficou assim mais tranqüilo para poder dedicar-se à Libertadores e jogará o segundo turno com a equipe reserva.
Veremos no que dá.

Abraços.
Alexandre Machado, 08/03/2007

Friday, March 09, 2007

O gigante da Guanabara

Cada brasileiro, vivo ou morto já foi Flamengo por um instante, por um dia. O Flamengo tornou-se uma força da natureza; o Flamengo venta, chove, troveja, relampeja. Assim disse certa vez Nelson Rodrigues, o maior cronista esportivo de todos os tempos.

Assim foi. O Flamengo, mesmo que efemeramente, foi, acima de tudo, Flamengo. Foi uma força da natureza, uma tempestade de raça e bom futebol e, por isso, tornou-se o campeão da Guanabara. O Flamengo que alia garra, técnica e humildade, junção que tem sido mais rara nos últimos anos; entretanto, quando ela acontece, é fogo – e não o de General Severiano. A camisa pode jogar sozinha; se não jogar, tem a paixão da massa incansável a gritar nas arquibancadas e gerais, com ou sem cadeiras. Berrar, berrar, berrar. O gramado acolhia a mistura de seis Rondinellis, dois Zicos, um Evaristo de Macedo e um Domingos da Guia, tudo durante o primeiro - e fabuloso - terço da primeira etapa do match.

Disse aqui em linhas passadas que não chegou a constituir surpresa o Madureira ter vencido a partida de domingo. É um time bem armado, dentro de suas limitações. Tinha até ontem a melhor campanha do certame, e tinha vencido a Gávea com autoridade por duas vezes na temporada. Eis a questão. Como vencer o gigante Flamengo três vezes em três semanas?

Mal o jogo começou, e o Flamengo se fez superior. Veio o gol de Souza, numa confusão na área, a cabeçada para o gol vazio e o zagueiro de Galvão tentando tirar a bola, sem sucesso. O Flamengo foi avassalador. Aconteceu um drama, como bem sabemos, que foi o empate dos amarelos logo em seguida, numa clamorosa falha de Claiton, peitando a bola para o meio d’área, e a conclusão rasteira do excelente zagueiro Léo Fortunato. Por dez segundos, o Maracanã silenciou e foi só. Dali em diante, Madureira chorou de dor.

A nova cabeçada de Souza, marcando vantagem, e a consolidação com Renato Augusto tocando para as redes, no ângulo, mostraram a força do Flamengo em quinze minutos de jogo. O Madureira, tão bem postado na competição, ficou atônito, feito um boxeur mais do que golpeado. Fortunato tinha sido apenas um bom jab com seu gol, nada mais.

Quero falar da maravilha que foi essa etapa de quinze minutos na partida, a mais eletrizante dentre muitos e muitos jogos, de muitos em muitos anos. O Madureira, mesmo ferido mortalmente, teve coragem e manteve-se de pé, na briga. Mas não havia o que fazer. Tirando a já citada - e infeliz – jogada de Claiton, o Flamengo foi perfeito, absoluto, implacável. Jogasse assim todas as partidas e ratificaria as palavras de Nelson a todo instante.

Quando passou o terremoto de gols e ataques, o Madureira fez substituições para evitar um desastre maior, mas pode-se dizer que a taça já tinha dono, sem petulância. E o jogo seguiu morno, banho-maria, até o fim do primeiro tempo. A Gávea ainda poderia ter feito o quarto gol, mas Renato desperdiçou.
O segundo tempo continuou morno, como os dois terços finais do primeiro. O jogo já estava decidido, a Guanabara já tinha seu campeão. As arquibancadas vemelhas e pretas, todas cobertas, davam o tom da festa, que ainda teve sua cereja de bolo a dez minutos do fim, com o pênalti convertido por Renato - infração registrada justamente sobre Claiton, que tinha sido o autor da pior jogada dos flamengos durante a partida.
A cidade foi tomada por festa, ruas cheias e sorrisos. Existe um campeão. Sabemos estar este time distante dos gigantescos esquadrões da história do Flamengo. Mas os quinze minutos iniciais do jogo de ontem fizeram com que muitos, emocionados, lembrassem-se de times idos, maravilhosos, que construíram as melhores páginas do clube de regatas que, hoje, é sinônimo de futebol.
Ressalto a absoluta galhardia dos de Madureira. Foram dignos, honestos, fizeram uma bela campanha. Que a derrota no jogo final não os faça esmorecer. Madureira chorou de dor? Sim. Mas amanhã há de ser outro dia. O campeonato recomeça. Domingo que vem já é hora da taça do Rio. E veremos quem será o grande oponente do rubro-negro, o gigante de ontem. Gigante da Guanabara.
Paulo Roberto Andel, 08/03/2007

Wednesday, March 07, 2007

Toma Lá

Dia de final com mais sol, que decidiu definitivamente passar o verão 2007 no Rio, e temos mais uma final da Taça GB. Quem é de outro estado não consegue entender a importância desta Taça, visto que ela não decide o campeão estadual sendo apenas um turno ou fase, como queiram. A Taça Guanabara tem toda essa tradição, pois foi criada quando ainda existia o especialíssimo estado da Guanabara e valia como o título estadual. Após a famigerada fusão, ocorrida em 1975, os clubes do interior do novo estado passaram a disputar o torneio a partir de 1979. A partir de 1982, com a criação da Taça Rio, a GB passou a ser o primeiro turno do estadual.

Já que não temos mais dúvidas, vamos para mais uma decisão, a primeira entre um grande e um pequeno, ou seja, uma decisão histórica. E como todas as epopéias futebolescas essa também tem início, meio e fim. A imprensa apressou-se e definiu que o Flamengo era o grande favorito, sem perceber que o Madureira tem a melhor campanha do campeonato, até então, e seu treinador sabe como ajustá-lo, quando necessário. Além de tudo tem Duba por trás.

O Flamengo foi a campo sem Obina, o que deixa seu 12º jogador apreensivo – hoje a torcida não consegue ver o time sem ele – e com a dupla do massacre em campo, Roni e Souza. Junto a eles no meio campo há a figura de Claiton, que só pode ter um bom empresário, pois além de ainda não ter jogado nada é o capitão da equipe. Os Renatos foram muito aquém do que podem e devem jogar, isso acontece com os principais craques, contudo não pode acontecer nos principais jogos, como em finais, por exemplo. Os demais não comprometeram. Já o Madureira veio com seu time principal, disposto a reverter a expectativa e o favoritismo.

E o Madureira conseguiu fazer com que o Flamengo, pouco inspirado, não jogasse rigorosamente nada. Os armadores rubro-negros simplesmente não existiram em campo e o massacre ainda não disse a que veio. Do outro lado, um time muito bem postado e sabendo o que fazer. Ponto para Alfredo Sampaio. Ney Franco não soube armar o time e, pela primeira vez no ano, substituiu muito mal, tirando Juan e passando Renato para a lateral. Renato não vem jogando bem desde a partida em Potosí e devia ele ter saído para a entrada de Juninho.

A escalação do árbitro Marcelo Pacheco foi uma surpresa, era de se esperar que fosse o índio Luiz Antônio ou então Michael Jackson, ou melhor, Edílson Soares. Porém a iniciativa da FFERJ de revitalizar o quadro de árbitros do Rio foi um tiro na água. Pacheco tem potencial para se desenvolver, mas não foi bem na partida, principalmente no aspecto disciplinar. A expulsão de Marcelo foi totalmente injusta e a de Moisés correta, porém Fabio Junior deveria ter saído junto. Odvan fez dois pênaltis em Souza, ignorados pelo juiz. Porém no lance que originou a expulsão de Marcelo não houve a penalidade, Irineu conseguiu tocar a bola e o choque era inevitável.

A partir da expulsão do atacante do Madureira, o Flamengo passou a achar que o gol sairia a qualquer momento e calçou o salto alto. Melhor para o time do subúrbio que em uma única boa jogada de Maicon conseguiu marcar e depois apenas administrou a incompetência rubro-negra, obtendo uma vitória justa e merecida.Como a decisão da taça será em dois jogos, o toma lá já foi feito, basta saber quem vai dizer ‘da cá’, se Flamengo ou Madureira.
Alexandre Machado

Tuesday, March 06, 2007

Surpresa? Nem tanto.

A Guanabara estava em jogo desde a tarde de hoje, quando Flamengo e Madureira enfrentaram-se para a primeira partida da grande decisão carioca.

De um lado, os da Gávea, animados pela volta à Libertadores e com a chance de ganhar o turno, embora a campanha doméstica tenha sido humilde e com derrota acachapante para o mesmo Madureira. É certo que o jogo foi disputado sob o clima desértico de Bangu no verão, e o Flamengo havia voltado recentemente das agruras bolivianas, mas os quatro gols do esforçado Marcelo deixaram sua marca. A sorte da Gávea para a classificação às finais foi alvinegra, foi o Botafogo que facilitou o samba flamengo, ao perder para o glorioso Barreira e perder a vaga.

Doutro lado, o Madureira de boa campanha há tempos no certame local, mesclando jovens revelações com jogadores que, veteranos ou não, já passaram por grandes agremiações, tais como Odvan, o maestro Djair, Maicon, o próprio Marcelo, o goleiro Everton e o atacante reserva Fábio Júnior.

O time de três cores de Conselheiro Galvão chegou ao momento final da Guanabara com a melhor campanha dentro os participantes. Sabe-se que um Estadual de hoje no Rio é diferente, com sete jogos chega-se a um título de turno. O campeonato é de tiro curto, veloz, o que dá certa emoção para as torcidas mas causa enganos: primeiro, porque o time campeão nem sempre tem o equilíbrio adequado para seguir temporada; segundo, porque os que não disputam o título às vezes ficam de fora por um ou outro momento. De qualquer forma, este é o certame, e assim seguem as coisas.

Faltou gente no estádio. Tem faltado. A classe dirigente parece que piora, ao contrário do que esperaríamos na ocasião da passagem do Dr. Caixa. Fizeram uma confusão enorme, com preços exorbitantes, a torcida afastou-se. Esperava-se um estádio coberto de vermelho e preto, mas não aconteceu. Esse já foi o primeiro problema: o Flamengo jogar sem a força integral de sua camisa doze.

Quando a partida começou, o Flamengo era nitidamente melhor, mas não absoluto, já que a posse de bola e o domínio territorial não garantiam-lhe um grande número de finalizações. O Madureira, sabedor de sua idade média mais alta e sob a batuta de Djair, cadenciava o jogo. Mas o Flamengo, em contrapartida não o incendiava. Algumas faltas violentas e desnecessárias foram assinaladas em sua maioria, mas sem o rigor do árbitro Venito, extremamente inseguro por sinal.

De importante para os flamengos, houve uma boa jogada, vinda de um cruzamento, e a cabeçada de raspão de Irineu quase abriu o placar, mas foi pouco para meia hora de jogo. Antes, apenas um bom chute de Renato. O Madureira, recolhido. Ainda houve um chute de Roni, que André Paulino tirou providencialmente com uma peitada, tendo em vista que o goleiro já estava fora de condições da defesa. E terminou a primeira etapa. Não vi no Flamengo a sua chama centenária, que é a de adentrar Maracanã feito um leão na arena, vendo a taça como um naco de carne. Aceitou a cadência do Madureira sem remorsos aparentes.

Então, amigos, quando o jogo retornou para a segunda etapa, é que aconteceu o giro do caleidoscópio, quando a imagem que se via transformou-se completamente.

Marcelo, o atacante e destaque do Madureira da competição, havia sido advertido com o cartão amarelo numa entrada faltosa, no primeiro tempo. Talvez estivesse exasperado, pois vingou-se de uma falta que tinha acontecido no ataque das três cores, não marcada. No primeiro ataque do segundo tempo, Marcelo invadiu pela direita, chocou-se com Irineu (que, antes tinha tocado na bola). Para muitos, houve o pênalti, com os quais não corroboro. Até aí, seria apenas um penal não marcado, o que acontece a granel em todas das partidas. O problema é que o choque tinha sido firme, Marcelo caiu justamente e, ao levantar-se, tomou o segundo amarelo, sendo imediatamente expulso – com a força do primeiro cartão, mas com a total injustiça do lance com Irineu. Um péssimo gesto do árbitro, que corrompeu a partida. Outros supostos pênaltis, a favor do Flamengo, também foram discutidos e não marcados. O problema, maldito problema, é essa insistência em se expulsar atacantes por terem "jogado a torcida" contra o juiz, ao caírem n’área. O que poderia ser a redenção dos flamengos revelou-se um desastre. O Madureira, tomado pelo ímpeto contra a injustiça sofrida, passou a ganhar cancha, aumentando a velocidade e iniciando um processo de pressão no ataque, embora ainda tênue. O Flamengo tornou-se incrivelmente atabalhoado, com um jogador a mais. O veterano Juninho entrou, mas não conseguiu acertar a equipe, ao passo que Djair deixou o Madureira, um tanto irritado.

Conselheiro Galvão já teria na boa conta o empate, que levaria o jogo em igualdade de condições para a quarta-feira; entretanto, em quase meia hora do segundo tempo, quando o Flamengo continuava desarrumado, Maicon, jogador jovem e de escassas finalizações, embora já tenha sido campeão pelo Tricolor, desferiu forte chute de esquerda, na frente da área, no ângulo direito do bom goleiro Bruno. E o Madureira abriu vantagem.

O que era bagunça virou caos na equipe rubro-negra, o que é natural. É muito difícil reagir a um gancho de direita de um time considerado menor, ainda mais nas circunstâncias de então.

Para compensar a bobagem contra Marcelo, Venito expulsou Moisés em jogada confusa ocorrida na hora de se retirar a bola do gol, visando a saída. Se as coisas não davam certo com onze, pioraram com dez.

Veio o desespero e o Flamengo atirou-se para o ataque, tentando o empate, sem sucesso. A jogada mais perigosa dos quinze minutos finais foi justamente do Madureira: Fábio Júnior disputou uma bola na intermediária, ganhou, entrou sozinho na área e conseguir perder um gol feito, para alívio da Gávea – dois a zero seria um complicador enorme para a batalha final.

Apesar do primeiro tempo claudicante, o Madureira mereceu a vitória. Teve seus méritos e contou com certa apatia dos flamengos. Surpresa? Nem tanto. Mas é claro que nada está decidido. Onde tem o Flamengo adversário numa final, é imponderável imaginar a vitória certa, líquida. A vantagem de Madureira é real, mas entram sem seus atacantes e o escore foi mínimo. Vejo o time de Conselheiro Galvão bem arrumado pelo ótimo treinador, Alfredo Sampaio. Ney Franco também tem qualidades, e certamente buscará um time em condições bem melhores do que este de hoje.

O Flamengo precisa jogar bem mais do que jogou para conseguir o título. Mas o Madureira do primeiro tempo não é suficiente para garantir o empate. Quem é quem? O Madureira é o das boas campanhas? O Flamengo é o heróico da Libertadores e do jogo contra o Vasco? Veremos a seguir.

Seja o que for, emoções estão guardadas para a quarta-feira.


Paulo Roberto Andel, 04/03/2007

Sunday, March 04, 2007

Um quase sufoco

Amigos, a Copa do Brasil é uma competição que goza de enorme simpatia perante torcedores desta terra continental. É a grande chance de promover encontros entre times que, há muito, não se enfrentam em competições nacionais, ou mesmo jogos inéditos na história; anteontem, foi o caso do Tricolor, que enfrentou a acreana Adesg, enquanto o Vasco encontrava o manauara Fast Clube. Ontem, o Botafogo teve o embate com o CSA de Alagoas, sigla do pomposo Centro Sportivo Alagoano - simpática equipe do cenário do futebol brasileiro nos anos oitenta, por um lado positivo; por outro, que não saberei classificar ao certo, mas que não deixa de ser relevante, foi um marco na carreira política de um de seus ex-presidentes: Fernando Collor e Mello, o Collor, que saiu das fileiras do Alagoano para, um dia, chegar à presidência do país brasileiro.
O Tricolor e o Vasco passaram sem o menor resquício de sustos por seus adversários, mas não foi o caso dos de General Severiano. Quem apenas informou-se do placar, poderia supor uma goleada inconteste, mas não foi o caso. O placar de cinco tentos a dois só foi consolidado ao final da partida, sendo que o segundo tempo foi de forte tensão para os cariocas, menos por causa da força alagoana na partida e mais pelo tempor de um goal de empate. Explica-se.
O Alvinegro mostrou sua força logo no primeiro minuto de jogo, já tendo aberto o placar com Alexandre. Aos onze, o artilheiro Dodô teve um gol invalidado. No minuto seguinte, o primeiro sinal de que a partida não seria psicologicamente fácil para os botafoguenses: o bom goleiro Lopes rebateu uma bola chutada de longe, e os azulados empataram com Alexsandro. Lopes tinha entrado no lugar do veterano Max, afastado pela forma técnica e, ao entrar, comprometeu o time.
A posição de goleiro é de uma ingratidão enorme. Vejam vocês, no futebol de hoje: qual goleiro tem remuneração estupenda além do espetacular são-paulino Rogério Ceni, um fora-de-série? Nenhum. Ao goleiro, não é permitido o erro: atacantes perdem gols feitos mas, se o goleiro vacila, o inferno é sua morada. Sempre foi assim, sempre será. Lembremos de Barbosa ou Veludo. Até mesmo o magistral Paulo Victor foi arranhado em sua despedida do Fluminense. Lopes, assim como Max, é bom goleiro; contudo, ontem teve realmente uma noite infeliz. Falhou, e mais de uma vez.
Volto ao jogo. Houve o empate, o baque inicial, mas os quinze minutos seguintes voltaram a ser alvinegros, com algumas chances perdidas. A estrela solitária brilho vigorosa, reagindo ao gol alagoando, com bravura. Assim, o eterno Dodô, num bonito chute cruzado, restabeleceu a vantagem do Botafogo, dois tentos a um. A pressão foi mantida e, por volta dos quarenta, houve um pênalti sobre Zé Roberto. Como sempre, Dodô mostrou sua categoria e, deslocando o goleiro, acertou o canto esquerdo e assinalou o terceiro gol, suficiente para uma descida tranquila ao vestiário, no intervalo, e o acertar completo da equipe. Fecharam-se as cortinas. E aí, veio o engano.
Veio a segunda etapa, e o CSA colocou dois jogadores, Erivaldo e Alex, tentando uma reação. Imediatamente, deu certo, e novamente Lopes falhou: numa confusa saída do gol, cometeu um pênalti, que o veterano ex-botafoguense Clayton (que não é o atual rubro-negro, naturalmente) converteu, deixando margem mínima para os botafoguenses, três a dois. Lopes é um goleiro de qualidades, mas não é esse que esteve ontem em campo, assim como Max não é aquele das últimas partidas, barrado.
E então veio o temor. O possível empate já não daria mais a vaga para os de General Severiano, devido ao critério dos gols fora de casa, marca do regulamento da Copa do Brasil. O pânico tomou a torcida de preto e branco, e o time ficou claramente nervoso com a situação. De qualquer forma, heroicamente, partiu para cima e tantou a todo custo ampliar o placar, para respirar sem ajuda de aparelhos. Uma grane pressão. Aos vinte e nove, Lúcio Flávio, que tinha entrado em campo, chutou uma bola na trave do goleiro alagoano Alexandre. O CSA, valente, não se acomodou e também veio para a frente, para desespero dos sempre exasperados torcedores botafoguenses. Digo e repito: não há torcedor mais exasperado do que o alvinegro. Cada jogada, casa falta ou mesmo um reles lateral cobrado podem ser épicos de muitos volumes. O Botafogo é gigante pela própria natureza, e ganhou uma forte carga dramática nos tempos sem título nas décadas de setenta e oitenta, de modo que nenhum acontecimento é simples para Severiano: tudo é denso, carregado, emocionado. Eu lembro de que, certa vez, Arturzinho iria estrear no Botafogo, contra o Fortaleza, no Maracanã, era 1983. Vinham de duas vitórias modestas. Mais de trinta mil torcedores compareceram. É assim. O Botafogo vive intensamente feito fosse um Heleno de Freitas, não por acaso um de seus símbolos máximos.
Falarei do jogo, do desfecho. Luta corporal entre os times até o final do jogo, quando qualquer gol alagoano colocaria tudo a perder. Veio Zé Roberto, ótimo jogador. Um chute de primeira, o quarto gol, a três minutos do fim, e o alívio enorme para a massa botafoguense, gigantesca em todo o Brasil mas minúscula no estádio, mais uma vez por força da mediocridade dos dirigentes de futebol. Menos de seis mil pessoas. Estamos falando de Botafogo e de Maracanã. Há algo de muito errado neste aspecto, o da rala torcida. É pouco. O Maracanã merece muito mais gente do que tem recebido nas últimas partidas.
Retomo o gol. Como não podia deixar de ser, o quarto tento foi um gancho potente no queixo do CSA.
Aconteceu um chute de longa distância, de Joílson, e o Botafogo marcou o quinto gol no apagar das luzes. Uma santa vitória, que salvou a pele do bom goleiro Lopes. Tudo tranquilizado, mas em cima da hora.
No final, como já disse, o placar, ainda que merecido, não espelhou o que realmente foi o match. Embora melhor, o Botafogo teve sofrimentos.
Mais um carioca segue em frente na competição nacional, e é o que importa - a Guanabara à frente .
O próximo adversário é o também alvinegro Ceará. Até lá, espera-se um Botafogo mais tranquilo e sem falhas individuais que possam comprometer o bom conjunto.
Paulo Roberto Andel, 02/03/2007

Friday, March 02, 2007

Alegria para poucos

Ontem, o Tricolor, berço esplêndido do futebol brasileiro, adentrou Maracanã para mais um compromisso esportivo, contra a valorosa Adesg do Acre.
Independentemente do resultado final, foi bonito de se ver. E especial para todo torcedor que sopre os ventos sentimentais: ao que eu saiba, em trinta anos, é a primeira vez que uma equipe do Acre vem disputar uma partida oficial no estádio maior do Brasil. Consteste-me quem tiver outra informação.
Do Fluminense, todos sabem. É um predestinado a vencer, desde o nada, feito as sábias palavras do imortal Nelson. O Adesg fez sua estréia no estádio. Uma vigorosa viagem para atravessar o Brasil em busca de cumprir sua missão no futebol, assim aconteceu. A entrada do time, feita em negrume, mostrou presença. Pareciam altivos; humildes, sim, mas imponentes também. Sabiam da importância de colocar os pés naquele gramado sagrado, que já abrigou os melhores do melhor futebol do mundo.
O Tricolor começou impondo-se rapidamente. Em vinte minutos, nós já tínhamos três tentos. Uma boa cabeçada de Alex. Um belo chute de Cícero, bom jogador e cada vez mais à vontade em Laranjeiras, embora eu reconheça que ele teve total e absoluta liberdade para dominar a bola no alto e finalizar. Outra boa finalização de Thiago Neves, mais um gol. Em suma, o jogo estava liquidado com pouco menos de um terço do tempo. A partir de então, o jogo tomou ares de treino. Um treino rápido, empolgado, mas treino. E o outro Thiago, firme, consolidou o quarto gol com outra cabeçada ao fim da primeira etapa.
Para alguns, o jogo era de favas contadas, seria muito fácil. Eu discordo. É preciso respeitar o adversário sempre e sempre, feito estivesse numa luta decisiva no Coliseu. Não importa se oponente é grande, pequeno ou médio. Aplicação é sempre necessário. O Tricolor foi aplicado. Embora fosse natural esperar da Adesg um time frágil, por todas as dificuldades heróicas que tentam superar para praticar o futebol, é importante ressaltar que o Fluminense fez o jogo fácil, livre, tranquilo.
Houve a maestria de Joel? Não.
Nenhuma tática mirabolante, nenhum esplendor. Marcação firme e saída rápida para o ataque, nada mais. Nem daria tempo de o atual treinador construir o que quer que seja. Futebol simples, rápido e objetivo. Pena que, mais uma vez, faltaram torcedores. Muito poucos, uns quatro mil, nada para a grandeza de Fluminense e Maracanã. Podia ser o triplo, talvez quádruplo, se ajustassem a confusão absurda do preço majorado de ingressos - indevidamente, por sinal. O resultado é que as gentes afastam-se dos estádios, basicamente os mais populares - e Maracanã é templo do povo. Só a cegueira dos dirigentes é que não vê.
Veio o segundo tempo e, num mesmo começo, veio o quinto gol. Aleluia. Nós, carentes há tempos de goleadas a favor, louvamos a natureza. Jogo já liquidado, substituições, vieram Renato, Magrão e Lenny. Renato não teve nenhum trabalho. Magrão teve boas oportunidades, mas parecia incrivelmente nervoso e perdeu gols, jogadas. O garoto Lenny acabou sendo responsável por um momento de grande diversão entre os torcedores: ao final do jogo, numa excelente finalização, fez o sexto gol. Feliz e agradecido pela chance de Joel, correu para ele e, carinhosamente, tal como o filho querido, tascou-lhe um beijo. Os cadeirinos, sucessores dos geraldinos, cantaram e berraram, fazendo piadinhas maliciosas para Joel que, depois de uns dois minutos, virou-se para a torcida e, visivelmente constrangido, baixou cabeça e abriu braços como se dissesse "que culpa tenho eu?". Gargalhadas gerais. Não por coincidência, o técnico da agremiação acreana, proximamente colocado da situação do beijo entre iguais, atende pela alcunha de Zé Risada. Clássico!
O Fluminense passará uma semana mais tranquila e observará quem será o campeão da Guanabara, quem será o time a ser batido na batalha final. Foi uma boa preparação.
A Adesg, com sua respeitável humildade, não leva uma feliz recordação em termos de resultado, mas sim o inesquecível sabor de pisar no estádio de Pelé, Garrincha, Niltos Santos, Castilho, Telê e tantos outros, muitos.
Um jogo simples, mas com lembrança inesquecível. Pena que, por motivos que já tanto falei neste espaço, tenha sido uma festa para poucos, pouca torcida, muito menos do que qualquer jogo no Maracanã merece.
Paulo Roberto Andel, 01/03/2007