Wednesday, March 07, 2007

Toma Lá

Dia de final com mais sol, que decidiu definitivamente passar o verão 2007 no Rio, e temos mais uma final da Taça GB. Quem é de outro estado não consegue entender a importância desta Taça, visto que ela não decide o campeão estadual sendo apenas um turno ou fase, como queiram. A Taça Guanabara tem toda essa tradição, pois foi criada quando ainda existia o especialíssimo estado da Guanabara e valia como o título estadual. Após a famigerada fusão, ocorrida em 1975, os clubes do interior do novo estado passaram a disputar o torneio a partir de 1979. A partir de 1982, com a criação da Taça Rio, a GB passou a ser o primeiro turno do estadual.

Já que não temos mais dúvidas, vamos para mais uma decisão, a primeira entre um grande e um pequeno, ou seja, uma decisão histórica. E como todas as epopéias futebolescas essa também tem início, meio e fim. A imprensa apressou-se e definiu que o Flamengo era o grande favorito, sem perceber que o Madureira tem a melhor campanha do campeonato, até então, e seu treinador sabe como ajustá-lo, quando necessário. Além de tudo tem Duba por trás.

O Flamengo foi a campo sem Obina, o que deixa seu 12º jogador apreensivo – hoje a torcida não consegue ver o time sem ele – e com a dupla do massacre em campo, Roni e Souza. Junto a eles no meio campo há a figura de Claiton, que só pode ter um bom empresário, pois além de ainda não ter jogado nada é o capitão da equipe. Os Renatos foram muito aquém do que podem e devem jogar, isso acontece com os principais craques, contudo não pode acontecer nos principais jogos, como em finais, por exemplo. Os demais não comprometeram. Já o Madureira veio com seu time principal, disposto a reverter a expectativa e o favoritismo.

E o Madureira conseguiu fazer com que o Flamengo, pouco inspirado, não jogasse rigorosamente nada. Os armadores rubro-negros simplesmente não existiram em campo e o massacre ainda não disse a que veio. Do outro lado, um time muito bem postado e sabendo o que fazer. Ponto para Alfredo Sampaio. Ney Franco não soube armar o time e, pela primeira vez no ano, substituiu muito mal, tirando Juan e passando Renato para a lateral. Renato não vem jogando bem desde a partida em Potosí e devia ele ter saído para a entrada de Juninho.

A escalação do árbitro Marcelo Pacheco foi uma surpresa, era de se esperar que fosse o índio Luiz Antônio ou então Michael Jackson, ou melhor, Edílson Soares. Porém a iniciativa da FFERJ de revitalizar o quadro de árbitros do Rio foi um tiro na água. Pacheco tem potencial para se desenvolver, mas não foi bem na partida, principalmente no aspecto disciplinar. A expulsão de Marcelo foi totalmente injusta e a de Moisés correta, porém Fabio Junior deveria ter saído junto. Odvan fez dois pênaltis em Souza, ignorados pelo juiz. Porém no lance que originou a expulsão de Marcelo não houve a penalidade, Irineu conseguiu tocar a bola e o choque era inevitável.

A partir da expulsão do atacante do Madureira, o Flamengo passou a achar que o gol sairia a qualquer momento e calçou o salto alto. Melhor para o time do subúrbio que em uma única boa jogada de Maicon conseguiu marcar e depois apenas administrou a incompetência rubro-negra, obtendo uma vitória justa e merecida.Como a decisão da taça será em dois jogos, o toma lá já foi feito, basta saber quem vai dizer ‘da cá’, se Flamengo ou Madureira.
Alexandre Machado

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