Tuesday, September 01, 2009

SOBRE O JOGO DO PRÓXIMO DOMINGO


FLUMINENSE VERSUS NÁUTICO CAPIBARIBE

Eu estarei lá.

Eu acredito SEMPRE!

Se tivesse saído a dois ou três minutos antes do fim, não teria visto os antológicos gols de Assis e Renato. Aliás, pouca gente fala, mas já havia o prenúncio de que a Gávea seria triturada por nós desde o ano anterior, 1982: vencemos por um a zero, gol de Amauri, aos 46 do segundo tempo, em falha do gigante Andrade. Naquele jogo vazio e sem maior importância, exceto a de ser Fla-Flu, eu nem de longe imaginava quantas alegrias teríamos a seguir. Experimentei, sim, foi o saboroso gosto de vencer o adversário no apagar das luzes.

Não é hora de abandonar o barco, mesmo que a decepção seja grande. Não se torce para um time só nas vitórias e conquistas - que muitas vi. O time é uma tatuagem, está lá a impregnar a pele para sempre - e não cabe remoção a laser.

Podemos ganhar dez jogos sim.

O Avaí conseguiu, o Goiás conseguiu. Merecem todo o respeito. Mas isso aqui é FLUMINENSE. Com todo respeito aos irmãos, somos maiores do que eles. Muito maiores. E não somos piores do que Náutico, Sport, Santo André, Botafogo, Atlético-PR, Flamengo e Coritiba. Esse jogo pode ser virado sim!

Quem viu nossa história sabe que nada para nós foi fácil; tudo, sempre sofrido. Bastaria dizer que, em quarenta anos, contra os grandes cariocas, só tivemos vantagem em 3 vezes: a) Botafogo, 1975, podíamos perder por 3 x 0; perdemos de um e fomos campeões; b) Vasco, em 1984, jogando pelo empate para ganhar o título brasileiro; c) contra a mulambada, semana passada, pela classificação na Sulamericana. Em TODAS AS OUTRAS VEZES, entramos em desvantagem nos momentos decisivos. Quem se lembra da Copa do Brasil em 2007, quando tivemos que reverter quatro desvantagens seguidas para conquistar o título? Lembro que muitos deixavam o Maracanã contra o Figueirense cabisbaixos, e falei: "Agora, tenho certeza de que seremos campeões. Tomamos um golaço indefensável a oito minutos do fim, jogávamos mal e conseguimos o empate". Não deu outra!

Há quem possa me criticar porque estou falando de grandes momentos, sendo o caso agora do risco de rebaixamento. Porém, depois de termos toda a imprensa e torcidas inteiras contra nós, recheadas de hipocrisia e deboche, nos salvarmos do rebaixamento este ano é equivalente a um título. Não pelo brilho, mas pela dificuldade. Nos desprezam hoje como também nos desprezaram quando chegávamos às finais e vencíamos. Lembrem-se de que o Fluminense é chamado pejorativamente pela imprensa (leia-se FlaPress) de "timinho" desde 1951 - há quase sessenta anos, portanto.

Tudo está contra nós. Tudo!

Salvar-se nessa é muito, mas muito difícil. Não cabe ilusões. O Fluminense está na UTI.

Sei da enorme dor que esta situação tem causado a todos nós. Vejo nos meus amigos mais queridos a tristeza e, em muitos casos, a quase certeza de que não escaparemos. Momentos ruins do passado vêm à tona na atual situação, e é compreensível.

Só que, entre o muito difícil e o impossível, vai uma distância longa, longa, enormemente longa!

E, da UTI, não saem somente cadáveres, mas também gente viva. E muito viva!

Acredito na salvação. Irei até o fim, enquanto as possibilidades matemáticas nos permitirem. Falo de dezesseis jogos, não de três. Falo de uma maravilhosa ciência denominada futebol, que não é exata.


Duvido que o pior aconteça mas, se for inevitável, eu estarei lá novamente.

A única coisa que restou viva na terra de toda a minha infância é o Fluminense. Derrubaram meus colégios, perdi meus pais e meu amigo mais antigo. O Fluminense está vivo, e eu irei com ele até a morte, haja o que houver. Ele é meu amigo de sempre, e sabemos que não se trai um amigo, ainda mais num momento difícil. Os jogadores podem passar, os dirigentes também, mas nossa camisa é eterna. E, a ela, sempre serei fiel.

Espero vocês no Maracanã domingo, mesmo com tudo contra nós.

Como sempre, estarei lá.



Paulo-Roberto Andel, 01/09/2009

1 comment:

Frei said...

Olá, Paulo

Ainda faltam muitos jogos e, com certeza, o Flu pode sair desse sufoco. Mas tem que começar ontem, né?

A substituição do Renato pelo Cuca talvez seja trocar seis por meia dúzia, mas também pode dar uma injeção de ânimo no pessoal.

Você fica devendo um post sobre a chegada do Cuca.

[ ]s rubro-negros do Freitas