Thursday, March 17, 2011

NÃO PERDEREMOS ANTES DO FIM!


Neste exato momento, quando se trata de Fluminense, os meios de comunicação apontam somente para uma direção: a crise infinita, a derrota, a perda antecipada. É certo que, fora de campo, as semanas recentes do comando Tricolor têm sido desastrosas, no mínimo. Porém, dentro de campo, mesmo que timidamente, o Fluminense tem ensaiado passos de reação desde a derrota para os mexicanos do América, partida onde atuou de igual para igual e foi golpeado quase no fim do jogo, por conta de falha individual. Desde o jogo internacional, tivemos uma vitória sofrida contra o Resende, uma boa vitória contra o América do Rio e freamos o bonde-sensação. Contudo, é evidente que depois da saída conturbadíssima de Muricy, o Fluminense tem recebido o tratamento-padrão de microtime, como se isso fosse possível ou tivesse algum mínimo senso lógico.

Pois bem, terça passada o surpreendente Nacional de Montevideo derrotou os Argentinos Juniors fora de casa pelo escore menor; com isso, o grupo 3 da Libertadores ficou emboladíssimo. Uma vitória contra o América do México na próxima quarta-feira, no Engenhão, nos coloca na luta pela classificação de novo. Só a vitória interessa; em caso positivo, ficaremos a dois pontos do líder Argentinos Juniors e a um do próprio América, os classificados “caso o campeonato terminasse hoje”, mofada expressão entre justas aspas muito utilizada quando queriam nos rebaixar por decreto em 2008 e 2009.

Se essa vitória mínima for obtida no próximo jogo da Libertadores, reitero: liderar um grupo à nossa frente com apenas dois pontos a duas rodadas do fim não é nada. Noutras vezes, já superamos centenários campeões pré-datados que, na hora H, tiveram insuficiência de fundos – ou melhor, pontos. A velha camisa das Laranjeiras ainda está de pé.

Mais uma vez, como tem sido em nossa magnífica história, estamos diante de um enorme desafio: superar uma crise fora de campo, sem um treinador efetivo e precisando desesperadamente de três pontos na Libertadores. Tal como noutras jornadas, parece tudo muito difícil; tão tal quanto, é muito longe do impossível.

Quarta-feira é uma grande decisão. Antes disso, um bom jogo contra o Boavista, que nos eliminou com justiça da Guanabara, pode ser um termômetro das nossas chances. Uma coisa seria muito importante: uma promoção impactante no preços dos ingressos para o jogo contra o América. Isso não acontecerá como devido e razoável, já se sabe. Fora das quatro linhas, não à beira do gramado (temporariamente muito bem-cuidado pelo excelente profissional Ronaldo Torres), o Fluminense titubeia e muito. Está vacilante, atônito, perdido entre vaidades e interesses alheios à torcida Tricolor. Agora, dentro das quatro linhas, não duvido que toda essa celeuma recente possa servir de combustível para uma reação típica de Álvaro Chaves: muita garra, aplicação e perseverança até o último minuto, como reza a nossa tradição, como é a nossa eterna sina.

Nada está perdido. Nada. De resto, não são manchetes de cinqüenta centavos que vão calar a voz da fantástica e apaixonada torcida do Fluminense. Não importa que tenhamos no Engenhão cinco, dez ou quinze mil maníacos: eles soarão como cem mil. Lá estarão os Benditos, os Jornalheiros, os Fluorkut, as torcidas organizadas e avulsas, nossas lindas torcedores; gente de todos os blocos, vielas, avenidas e becos. Nada me abala: quem viu os gols de Edinho, Assis, Romerito, Renato, Antonio Carlos, Roger e Emerson há de entender o que quero dizer. Nada é fácil para nós. Em 2008, tivemos a melhor pontuação na primeira fase da Libertadores e sofremos com lágrimas na última vitória, frente aos penais. Quem há de saber ou não se o momento é de reescrever esta história pelo avesso? Não se iludam os ingênuos: em 2007, revertemos quatro vantagens de mando de campo para conquistarmos a Copa do Brasil. Conseguir essa vaga no grupo 3 é tarefa hercúlea – e, por isso mesmo – nada muito diferente do que já fizemos em passados distantes e recentes. Somos o time do último minuto; a história é testemunha.

Tal como escrevi muitas vezes em outras crônicas, eu já vi esse filme antes. E, em muitas vezes, deixei o cinema com um insuperável aroma de felicidade. Espero a reprise desta sensação com serenidade. Quem espera sempre alcança.


Paulo-Roberto Andel, 17/03/2011

2 comments:

FuteB.R.O.N.C.A.! said...

Belo texto!

Bacana o blog, to seguindo e convido a seguir tb o FuteB.R.O.N.C.A.!

Topa parceria?

Saudações!!!

Paulo-Roberto Andel said...

Me diga o que devo fazer. Tentei achar teu contato aqui mas não consegui. Um abraço.