Thursday, February 15, 2007

Clássico é clássico. E vice-versa.

Temos mais um domingo, aquele mundialmente conhecido como o dia do futebol e do Programa Silvio Santos, conforme cantava Branco Mello em uma de suas mais fracas crônicas musicadas. Após um sábado de muito sol e mais uma derrota do Fluminense (que eu chamava de melhor elenco, mas agora ...) o SunDay está um RainDay, mas isso não importa pois teremos um clássico. Todos os clássicos deviam ser jogados nos domingos, no horário mais nobre possível.

Estavam em campo o Campeão Carioca atual e o Campeão da Copa do Brasil; o árbitro é Djalma, clone de meu ex-primo Lauro; a expectativa por uma vitória carimbaria o passaporte do vencedor às semi-finais da Taça GB e diminuiria qualquer pressão futura sobre os atletas. A derrota não seria o fim do mundo para nenhum dos dois; porém, quem perdesse chegaria ao carnaval após uma viagem desgastante até Maceió ou Potosí. As duas equipes estiveram em campo, com o Botafogo completo e o Flamengo sem sua dupla de zaga titular.

O primeiro tempo foi todo do Glorioso, que dominou a partida apresentando mais vontade que o Rubro-Negro, mas conseguiu sofrer o primeiro gol, marcado por Obina aos 21 minutos. Contudo após levar o gol o Fogão soube assimilar o golpe, tal qual George Foreman em sua luta contra Evander Holyfield em agosto de 91, e partiu para cima, sufocou o adversário, igualando a partida no último minuto da primeira etapa através de Jorge Henrique – a melhor contratação até agora no Rio – partindo sozinho na Avenida Juan, o maior culpado do desastre que foi a defesa do Flamengo.

Não era dia dos laterais esquerdos. Juan foi péssimo, mas Hiran foi muito pior, errou tudo o que tentou. Méritos para Cuca que percebeu o ponto fraco de seu time e realizou a substituição ainda no primeiro tempo. Ney Franco não pode substituir Juan, mas não pode ser culpado, pois também conseguiu equilibrar a partida com suas mudanças. Era um dia de sair muitos gols e Juan sabia disso e fez o que pode para ajudar o Glorioso a marcá-los. Depois de deixar JH entrar e marcar pelo seu lado aos 45’ do primeiro tempo, ainda fez um pênalti, que foi marcado pelo juiz apesar de ter ocorrido fora da área, aos 2’ do segundo. Dodô que era dúvida agradeceu e marcou.

Chegou então a hora dos treinadores. Cuca colocou Juca, Franco pôs Juninho e depois entrou Roni. O Pentacampeão mudou a forma do Flamengo jogar, criando situações de gol com Renato e Obina. O grande problema foi que Renato Augusto não estava bem e não conseguiu se firmar. Já Zé Roberto mostrou que é realmente um grande jogador e que merece ser considerado o melhor atualmente no Rio.

O jogo ficou sem grandes momentos até os 30 minutos, quando alguém soltou um buscapé imaginário em campo e o jogo ‘pegou fogo’. Angelim mostrou uma de suas especialidades: a cabeçada certeira, já fez seis gols assim mesmo sem ser titular absoluto. Mas havia a figura de Juan disposto a estragar toda e qualquer reação rubro-negra e ele se esforçou tanto que acabou expulso dois minutos depois do gol. A torcida ainda comemorava.

O Botafogo, que não tinha nada com Juan, aproveitou o seu desejo exasperado de sair da partida e mais uma vez ficou a frente com um chutaço no ângulo de Joilson, o xodó do Cuca. Realmente, um golaço!

Como a adrenalina estava a mil, o Flamengo mais uma vez conseguiu um empate devastador, em apenas três toques, Roni que massacrou a torcida apenas uma semana antes, conseguiu fazer o que não tinha feito contra o Boavista e marcou o gol de empate. Tudo isto ocorreu em menos de 10 minutos, mas ainda havia tempo para mais.

Em um cruzamento de Joilson, André Lima desviou sutilmente a bola com o braço e a tirou do alcance de Bruno, sobrando para Zé Roberto marcar o que seria o 4º tento do Alvinegro. Tudo certo: todos os locutores gritando o seu tradicional gol com 17 o’s (goooooooooooooooool), o assistente correu para o meio, a torcida delirava, mas o clone do Lauro viu o toque, que poucos no estádio viram durante o decorrer do lance. Justiça pelo que ocorreu em Cabo Frio duas semanas atrás.

O jogo foi sensacional, um bom aperitivo para uma temporada que promete.

Abraços.

Alexandre Machado, 12/02/2007

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