Tuesday, February 06, 2007

Massacre

O célebre doutor Eduardo, conhecido intimamente pela multidão como Tostão, disse certa vez: “Colocar um jogo de futebol em pleno horário de verão, às 16 horas é desumano!”. Eu discordo do antigo craque e vou explicar os motivos. Jogadores de futebol são figuras excessivamente mimadas pela mídia e também pela torcida, que esquecem que eles são atletas e que são preparados fisicamente para este tipo de situação. Assim sendo, apresentam-se de forma preguiçosa sempre que participam de partidas no horário. Nos dias de hoje a televisão é quem define os horários, pois é quem paga pelo espetáculo. Cabe aos clubes e os demais envolvidos se adaptarem e não reclamarem.
O prólogo acima cabe perfeitamente para a partida entre Flamengo e o desconhecido Boavista de Saquarema, ocorrida no último domingo neste horário ‘desumano’ do Tostão. Foi um massacre em todos os sentidos. O scratch rubro-negro não tomou conhecimento do time de Bacaxá e mandou no jogo, havia um sol para cada ser vivo presente no Maracanã (inclusive os que não são vistos a olho nú) e o principal, os atacantes do Flamengo massacraram a torcida com a quantidade de gols perdidos. Não é possível que um time formado por jogadores que recebem para fazer isso consiga ser tão eficiente quando produz as jogadas e incrivelmente ineficaz para concluí-las.
Foi um jogo de um time só, o Boavista não existe como clube de futebol, seus jogadores são fracos e nem quando os ‘reforços’ Alex Alves, Rodrigo Beckham e Váldson entrarem em forma conseguirá fazer algo além de fugir do rebaixamento. Um dos atrativos seria o jamaicano Frasier, que me lembrou a passagem de Aluspah Brewah pelo Flamengo há dois anos; pelo menos, Brewah não entrou em campo.
O Flamengo começa a tomar forma, a entrada de Thiago na defesa, em função da contusão de Irineu serviu para mostrar que ele deve ser titular, pois tem muito mais recursos que os outros 4 companheiros de zaga. No meio Juninho deve acabar perdendo a posição de titular para Renato Augusto, que quando foi deslocado para a armação foi muito mais objetivo que o pentacampeão. Como este ano é um ano de Libertadores e ter um elenco é mais importante que apenas ter os onze iniciais essa disputa tem tudo para ser saudável e boa para o grupo, que ainda tem o desconhecido Gerson Magrão na espera.

Agora temos o ponto chave: o ataque. Durante o primeiro tempo o estreante Souza jogou ao lado de Renato Augusto com Juninho na armação. Houve um gol anulado no início e o Flamengo atacava, porém não finalizava, apenas quando Renato tentava a longa distância. Desta forma o goleiro Erivélton se destacou nesta etapa. Ney Franco soube mudar o time, sacando Juninho e colando Roni na frente e passando RA para a armação. Aí começou o massacre do segundo tempo. Roni conseguiu uma façanha que eu só consegui ver em 1989, quando Paulinho Criciúma perdeu 10 gols feitos em jogo do Botafogo contra o Vasco que terminou empatado sem gols.

Roni perdeu gols de todas as formas: marcado, na corrida, cara a cara com o goleiro e acertou a trave. Souza também conseguiu perder gols incríveis, tal como Chiquinho em 1985, contra o Botafogo, de dentro da pequena área. Contudo assim como o Chiquinho, que no mesmo jogo ele fez o gol da vitória, Souza aproveitou o bom cruzamento de Léo Moura e cabeceou com perfeição deslocando Erivélton.

Apesar do número de oportunidades perdidas e, por se tratar de um início de temporada, o Flamengo foi muito bem.

Alexandre Machado, 05/02/2007

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